Inicialmente identificada em 1672, muitas pessoas não conhecem a síndrome das pernas inquietas. Dá só uma olhada!
O que é a síndrome das pernas inquietas?
A síndrome das pernas inquietas, também conhecida como doença de Willis-Ekbom, é uma desordem crônica do movimento comum na qual os pacientes têm o impulso de mover suas pernas. Não são movimentos dolorosos, mas são fortemente percebidos como uma necessidade de aliviar-se com o movimento das pernas. Existe um padrão diurno enquanto os sintomas piorem com a noite, o que pode desencadear distúrbios do sono, o que se torna um problema. A característica fundamental desta enfermidade é a presença do desconforto notável principalmente das pernas, cuja intensidade tem flutuação circadiana, ou seja, aumenta durante a noite, e é aliviada pela movimentação corporal da parte afetada.
Há uma associação com movimentos bruscos involuntários das pernas durante o sono, conhecidos como movimentos periódicos das pernas durante o sono. Só nos Estados Unidos existem cerca de 3 milhões de casos por ano.
É uma doença comum, crônica, multifatorial, uma desordem do movimento das pernas na qual os pacientes sentem extrema necessidade de mover suas pernas. Isso geralmente é associado a sensações não dolorosas que iniciam durante o estado de descanso e desenvolvem-se com a atividade. Geralmente não é diagnosticada e existe um significativo atraso para chegar até o tratamento adequado. Pode ter início na infância, mas geralmente o diagnóstico chega da terceira década de vida.
Existem dois tipos de síndrome das pernas inquietas: a primária e a secundária.
A secundária pode se dar em decorrência de:
- Deficiência de ferro;
- Doença renal em estágio final
- Diabetes Mellitus
- Doença reumática
- Insuficiência venosa
- Neuropatia periférica
- Deficiência de folato ou magnésio
- Amiloidose
- Radiculopatia lombossacra
- Fibromialgia
- Doença celíaca
- Sabe-se que os medicamentos causam ou agravam os sintomas da Síndrome das Pernas Inquietas.
Diagnóstico
As mulheres são mais afetadas do que os homens na síndrome das pernas inquietas e cerca de 25 a 50% dos pacientes desenvolvem em decorrência de doenças renais.
O diagnóstico da síndrome das pernas inquietas é majoritariamente clínico e observa-se:
- A necessidade irresistível e intensa de mover as pernas, acompanhada de sensações desagradáveis na pele das pernas, entre o tornozelo e o joelho. A compulsão por movimentos dos membros não é acompanhada de desconforto característico. Outros segmentos do corpo, como os braços, podem ser acometidos. São observados: dor, ardor, dormência, desconforto, mal estar, peso, formigamento, sensação de inseto andando na pele, etc.
- A necessidade de mover as pernas ou a sensação de desconforto ou piora durante períodos de repouso ou inatividade, com o paciente sentado ou deitado.
- A necessidade de mover as pernas ou a sensação desagradável é aliviada total ou parcialmente pelos movimentos tais como caminhar, alongar, curvar-se.
- A necessidade de mover as pernas ou a sensação desagradável apresenta uma característica circadiana surgindo ou piorando no final do dia e à noite.
Prejuízos sociais
Um dos principais prejuízos da síndrome das pernas inquietas está no distúrbio do sono. O paciente apenas quer ter uma boa noite de sono, mas ao tentar dormir, tem um desejo incontrolável de mover as pernas. Isso afeta cerca de 15% da população que sofrem com falta de qualidade de vida, além de ter maior risco de desenvolver problemas renais, acidentes vasculares cerebrais e infartos.
Tratamento
A síndrome das pernas inquietas é tratada de diversas maneiras, dependendo da intensidade dos sintomas. Alguns casos são temporários e que se resolvem quando outras condições são tratadas como, por exemplo, a deficiência de ferro através da suplementação.
Os tratamentos com maior eficácia são aqueles que substituem a dopamina. Medicamentos utilizados nas dores crônicas e com efeito anticonvulsivante também são usados para tratar os sintomas da síndrome das pernas inquietas.
Existem medidas que podem ser tomadas para reduzir os desconfortos nas pernas:
- Evitar bebidas com cafeína e energético
- Não consumir álcool
- Evitar produtos de tabaco
- Praticar bons hábitos de saúde e sono
- Reduzir o estresse tanto quanto possível
- Substituir medicamentos que podem piorar sintomas
- Garantir uma ingestão adequada de ferro na dieta
Dependendo da gravidade dos sintomas, outras medidas podem ser aplicadas, como o exercício para reduzir o desconforto.
O tratamento indicado é o multidisciplinar, incluindo a medicina do sono, a psicologia do sono e a hipnoterapia, por exemplo.
A hipnose pode ser fundamental para descobrir padrões por trás das memórias associadas ao movimento compulsivo, através de sugestões o paciente pode aprender novas formas de expressar seus sentimentos que podem estar gerando ou mantendo a doença.
A hipnose é uma abordagem eficaz para tratar distúrbios do sono associados à síndrome das pernas inquietas, ajudando o indivíduo a compreender de forma mais ampla o transtorno. Além disso, com o tempo os pacientes podem introjetar uma auto-imagem de doentes e podem utilizar-se do setting terapêutico para o tratamento da depressão ou da ansiedade relacionadas a essa síndrome, entre outras comorbidades.
Sugestões que reforcem o relaxamento e o estado de ausência de ansiedade podem ser benéficas para o reaprendizado do paciente em como lidar com sua doença.
Como funciona a hipnose na síndrome das pernas inquietas
O processo hipnoterapêutico para condições como a síndrome das pernas inquietas perpassam alguns componentes em comum:
- Consentimento informado: uma conversa para estabelecer as regras de ambos terapeuta e paciente;
- Indução hipnótica: quando o procedimento terapêutico tem início e no qual experienciam estados mentais e físicos de relaxamento;
- Procedimento de aprofundamento: esse passo envolve aprofundar-se em metáforas, como imaginar-se descendo uma escada;
- Dando sugestões: com o paciente relaxado, o hipnoterapeuta faz sugestões específicas para o tratamento do caso;
- Terminando o processo: depois de dadas as sugestões, é preciso guiar o paciente para fora do estado de transe de forma gradual.
Os resultados da hipnoterapia podem variar de acordo com cada indivíduo e sua relação com o processo terapêutico.
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Referências:
Grupo Brasileiro de Estudos em Síndrome das Pernas Inquietas. Síndrome das pernas inquietas: diagnóstico e tratamento. 2007;65(3).
MANSUR, A. et al. Restless leg syndrome. StatPearls. 2020.
MEMON, M.D. et al. Unraveling the mysteries of restless leg syndrome. Cureus. 2020;12(10).
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