Nem sempre é fácil entender o que estamos fazendo na vida, no entanto, algumas ferramentas podem nos ajudar a descobrir. Você conhece a logoterapia? Então dá uma olhada!
Viktor Frankl e o sentido de vida
O sentido de vida para a psicologia foi inicialmente concebido pela Logoterapia, um tipo de psicoterapia desenvolvido por Viktor Frankl. O autor sugeriu ao longo de sua obra, intitulada “Em busca de sentido”, que a busca por sentido era a principal motivação do ser humano e é um componente fundamental tanto para o bem estar psicológico, quanto para o bem estar subjetivo (percebido) das pessoas e sua qualidade de vida.
O que é sentido de vida?
O sentido de vida é a percepção de ordem e coerência na prática existência, aliada à busca e ao cumprimento de metas e objetivos significativos, o que resulta na sensação de realização existencial. Para Frankl, é imprescindível que as pessoas tenham clara noção sobre o propósito da própria existência, e ainda mais, que ajam no mundo de acordo com esta percepção, constituindo um senso de coerência existencial.
O desejo de significar a vida
O desejo de dar à vida um significado é ancestral no ser humano, o que o levou a cultuar a morte e dar testemunho de seu próprio mistério. Movidos por esse desejo, os homens gravaram na pedra esculturas e imagens de animal, começando a desenvolver a linguagem, uma forma de expressar a vida. Esse desejo levou o homem, posteriormente, a criar diversos mecanismos para sustentar aquilo que acredita ser o propósito de sua vida, tal como a vida em sociedade.
Os impactos do sentido de vida no organismo
O sentido de vida impacta diretamente na saúde mental e física de forma complexa. Alguns estudos relatam que o sentido de vida enquanto processo cognitivo é um recurso central na autorregulação e autopercepção do indivíduo, auxiliando na utilização de comportamentos adaptativos e oferecendo uma sensação de significado existencial.
No entanto, o sentido de vida não regula, por si só, o comportamento, mas direciona os sujeitos para a utilização de seus recursos psicossociais diante de eventos estressores, por meio de decisões congruentes com seu sistema de valores pessoais.
O sentido de vida no trabalho
Pessoas com maiores índices de sentido de vida tendem a apresentar maior nível de bem estar no trabalho e maior comprometimento profissional, além de lidar melhor com situações de estresse, o que os protege de eventos e sentimentos negativos vivenciados em ambientes como o trabalho.
Consequências da ausência de um sentido de vida.
Segundo Viktor Frankl, a ausência de um sentido vital pode levar o sujeito a apresentar sintomas como ansiedade e depressão. Para o autor, o sentido existencial precisa ser encontrado e não criado. A falta de um sentido de vida está intimamente relacionada com a depressão, pois o sentido de vida parece atuar como um mediador entre os afetos positivos e os negativos.
Benefícios de ter um sentido de vida
O sentido de vida tem sido associado a bons níveis de saúde mental e bem estar psicológico. Além disso, possui íntima relação com o otimismo, a esperança, satisfação com a vida, felicidade subjetiva, autoestima e autoeficácia. Além disso, o sentido de vida tem sido compreendido como uma percepção de organização, coesão e lógica frente à própria existência, em conjunto com a busca e satisfação de metas significativas ao indivíduo.
Como encontrar o seu sentido de vida
Para Viktor Frankl, o sentido de vida encontra-se no momento em que a pessoa “esquece de si mesma” e dedica-se a algo maior, como ajudar o próximo por exemplo, ações nas quais os benefícios são voltados unicamente para um outro, para o meio social. Quando o indivíduo compreende seus padrões pessoais, torna-se capaz de distanciar-se de si mesmo. Dessa forma, pode tomar partido e escolher o que fazer, para depois agir.
Para encontrar uma vida com sentido é preciso considerar os seguintes valores:
- Valor criativo: refere-se à execução de uma boa ação.
- Valor vivencial: trata das experiências da pessoa com o mundo.
- Valor atitudinal: diz respeito aos padrões pessoais de reações, ou seja, o quanto as pessoas aprendem e se desenvolvem diante de situações difíceis.
Dicas para definir o seu sentido de vida
Existem algumas dicas para encontrar o seu sentido de vida, veja abaixo:
- Procure realizar atividades voluntárias cujos benefícios estejam em ajudar a sociedade de forma geral, e não apenas individualmente e observe como se sente ao realizar estas atividades;
- Ouça a feedbacks de pessoas que possam ajudá-lo a reconhecer as coisas pelas quais você se sente apaixonado, mas que nem sempre se dá conta; você pode fazer isso perguntando para as pessoas o que vem à mente delas quando lembram de você ou anotando toda vez que alguém o elogia ou faz uma observação sobre você. Registre essas informações para observar se existem padrões por trás destes feedbacks;
- Encha-se de pessoas positivas à sua volta e observe o que você tem em comum com as pessoas com quem você passa algum tempo fora do seu ambiente de trabalho ou familiar. É o velho ditado: “Me diga com quem andas, que te direi quem és”, ou seja, as pessoas com quem você escolhe conviver dizem muito a seu respeito;
- Inicie conversas com novas pessoas, troque ideias sobre as coisas que você gosta de fazer no seu tempo livre e procure saber se existem organizações envolvidas em causas que você gosta de falar e debater. Falar com pessoas de fora do seu ciclo pode abrir seus olhos para novas atividades, causas sociais e até mesmo oportunidades de carreira;
- Faça terapia para se ouvir e se entender de uma forma mais ampla e ampliar sua resiliência frente às diversidades e desafios da vida..
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Referências:
CARNEIRO, C. & ABRITTA, S. Forma de existir: a busca de sentido para a vida. Rev. abordagem gestalt. 2008;14(2).
DAMÁSIO, B.F. et al. Sentido de vida, bem-estar psicológico e qualidade de vida em professores escolares. Paidéia. 2013;23(54).
NORONHA, A.P.P. et al. Variáveis associadas ao sentido de vida. Rev. abordagem gestalt. 2018;24(1).
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