Relacionamentos tóxicos

21/05/2021 às 17:27 Coaching

Relacionamentos tóxicos

Você sabe o que são relacionamentos tóxicos? Está vivenciando um relacionamento abusivo? Descubra no texto abaixo!

A palavra “tóxico” deriva do grego toxikón e significa algo que produz efeitos nocivos ao organismo ou que contém veneno. Mas nem sempre quem está dentro de um relacionamento abusivo consegue enxergar o que está acontecendo.

O relacionamento tóxico pode estar acontecendo mesmo sem que a mulher se dê conta, já que pode acontecer independente da posição social e níveis hierárquicos. Muitas vezes, a pessoa acredita que deveria continuar tentando salvar o relacionamento ou mudar o outro, tendo dificuldade para encarar os fatos e dar um basta na situação.

Relacionamento tóxico

No geral, o relacionamento tóxico se trata de uma questão envolvendo duas ou mais pessoas, na qual existe uma desproporção entre as pretensões, desejos e perspectivas a respeito do relacionamento.

Podemos descrevê-lo como sendo um relacionamento no qual há diversas manifestações de intimidação e humilhação, desqualificação da pessoa, fazer a pessoa se sentir mal consigo mesma, partir para a violência física como empurrar, esbofetear, estrangular, usar armas de fogo brancas, forçar relacionamentos sexuais, assassinatos, entre outros.

O relacionamento tóxico pode envolver desde a violência psicológica, na qual as ameaças, jogos mentais, críticas excessivas, ofensas e manipulações são mais constantes, pegando no ponto fraco da pessoa violentada, bem como no nível físico, onde a violência é voltada para o dano do corpo da vítima. É possível que o relacionamento venha de uma parte ou de ambos os lados.

Vítimas dos Relacionamentos tóxicos

O perfil das vítimas de violência em relacionamentos são, em geral, pessoas com baixa autoestima, pouco autoconhecimento e com tendências a se sabotar, fatores que agem como agentes passivos dentro da relação.

Violência doméstica

A violência no âmbito familiar está presente em muitas famílias no Brasil, sem distinção entre classe social, raça, etnia, escolaridade e gênero. A violência familiar pode acontecer dentro ou fora do domicílio, embora seja mais comum dentro da própria casa. Além disso, a violência doméstica pode se voltar contra outras pessoas que não fazem parte da família como enteados e trabalhadoras domésticas.

Dentre os tipos de violência doméstica e relacionamentos tóxicos estão: a violência conjugal, amizades tóxicas, abusos psicológicos no ambiente de trabalho entre colegas, membros da equipe e chefes.

Subjetividade

Em um nível mais subjetivo, a toxicidade dentro do relacionamento podem se manifestar de maneiras mais sutis como a falta de priorização da relação, a desonestidade relacional, a tentativa de diminuir a vítima em suas visões e opiniões, confundindo sua percepção da realidade e fazendo duvidar de si mesma. Mesmo que a violência seja sutil, ainda assim é preciso tomar consciência de sua ocorrência e enfrentar os fatos.

A estratégia do agressor tende a transmitir mensagens agressivas na tentativa de diminuir o valor da pessoa, falta de reconhecimento e até mesmo minimização de suas conquistas e capacidades. É comum o agressor referir-se à vítima como “louca”, “exagerada” e dizer que ela “está inventando coisas onde não existem”.

Nessa relação, não há reciprocidade, a empatia é incomum e muitas vezes inexistente.

Ciclo do Relacionamento tóxico

O relacionamento tóxico funciona ao modo de um ciclo, que se repete dentro de uma série de ações comuns entre os agressores que podem ser descritas como acontecendo em três fases:

1. Tensão: uma tensão é construída ao longo do relacionamento através de gritos, xingamentos e ameaças até desencadear a explosão da violência.

2. Explosão: a explosão da violência ocorre na forma de espancamentos, murros, chutes e outros. É nesta fase que as agressões atingem altos níveis, mas são percebidas pela mulher como tendo curta duração, pois o agressor entra na terceira fase.

3. Arrependimento: na terceira fase se instala o arrependimento, também denominado fase da “lua de mel”, onde o agressor diz se arrepender da violência e do mal que causou, relatando sentir remorso de perder a companheira, a qual acaba perdoando o agressor.

Esse ciclo pode se repetir durante muitos anos, pois a maioria das mulheres acredita que o agressor pode mudar e resolver “dar uma chance”. Cada vez que a mulher passa por este ciclo, ela emerge mais fragilizada psicologicamente e mais desacreditada de si mesma e de sua capacidade para sair desse relacionamento, por isso é de extrema importância buscar ajuda de alguém que está fora da relação para dar apoio e romper o ciclo junto à vítima.

Essa ajuda pode vir de amigas próximas, vizinhos, centros de apoio à mulher, delegacias da mulher e outros órgãos de defesa da mulher.

A maioria das pessoas vítimas de relacionamentos abusivos são mulheres, por isso muitas vezes a violência doméstica é descrita como uma violência de gênero, dados os altos números de casos contra mulheres em todo o mundo.

Enfrentamento do relacionamento tóxico

Por mexer com feridas físicas e emocionais, nem sempre a vítima consegue enfrentar a situação, mesmo convivendo constantemente com discussões e conflitos. O primeiro passo do enfrentamento de relacionamentos tóxicos é monitorar constantemente as relações para verificar se encontra alguns dos elementos citados como abuso. Procurar ajuda de profissionais competentes é fundamental, já que muitas vezes a mulher fica presa no relacionamento por medo de dificuldades financeiras ou mesmo por não saber que tem o direito de seguir a sua vida de forma mais saudável.

Agressor

Não há problema algum em reconhecer que você pode estar sendo tóxico na relação e até mesmo que está abusando de sua parceira, que alterna entre o papel de vítima e fragilizada. Se esse for o seu caso, procure pensar se você gostaria que fizessem o mesmo com você. Tente se conscientizar e imaginar pelo que a vítima está passando e como você iria encarar viver em constante opressão e violência.

Procure ajuda especializada, pois sem a mudança dos agressores e a educação de jovens e crianças, não teremos a possibilidade de construir relacionamentos mais saudáveis. Lembre-se que você pode fazer parte da solução e não do problema, conscientizando outros homens a respeito do machismo, dos abusos contra mulheres e de seus preconceitos em relação às capacidades da mulher merecer respeito e igualdade. É sempre importante salientar que estamos em constante aprendizado e você também pode mudar suas perceptivas. Se até o momento você não se reconhecia como tóxico em uma relação, isso pode mudar hoje mesmo.

Consciência

Quanto mais consciente você se torna a respeito de quem você realmente é e o que quer nos relacionamentos, mais consegue discernir se está no relacionamento certo ou se está sob a influência de alguém tóxico.

Todos nós podemos nos comportar toxicamente em nossas relações, procure ouvir o feedback de pessoas com quem você convive e se alguém apontar a toxicidade em seus relacionamentos, pare um minuto para tomar consciência e avaliar se esta realmente é a situação.

Evite rotular ou sustentar julgamentos acerca de pessoas que estão passando por problemas desse tipo, pois esse comportamento apenas piora a situação e o fato de a mulher se ver incapaz e solitária na tentativa de sair desse ciclo tóxico.

Caso você presencie uma situação de abuso, não seja passivo: intervenha e tome uma atitude. Procure apoiar a vítima para perceber que a situação não está certa e a ajude a se reerguer e evitar novos relacionamentos do mesmo tipo.

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Referências:

ALBERTIM, R. & ALBERTIM, M. Ciclo do relacionamento abusivo: desmistificando relações tóxicas. Intercom. 2018.


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 14 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 20 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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