Um dos médicos mais famosos por escrever os casos curiosos de seus pacientes neurológicos, Oliver Sacks deixou um grande legado. Você conhece este autor? Então vem com a gente dar uma olhada!
Quem foi Oliver Sacks?
Oliver Wolf Sacks foi um neurologista, escritor e químico anglo-americano nascido em Londres no dia 9 de julho de 1933. Sacks foi um renomado professor de neurologia e psiquiatria da Universidade de Columbia e dedicou muitos anos à clínica da Faculdade de Medicina Albert Einstein na Universidade de Yeshiva. Também foi nomeado professor de neurologia clínica pela NYU Lagone Medical Center, tendo sido professor visitante na Universidade de Warwick, no Reino Unido.
Oliver Sacks é autor de diversos livros best-seller, incluindo várias coleções sobre seus estudos de casos com pessoas sofrendo de distúrbios neurológicos, a partir de seus trabalhos como neurologista, em especial no Hospital Berth Abraham, no Bronx, Nova Iorque. Ali, conheceu um grupo de pacientes em estado catatônico, incapazes de realizar movimentos. Eram os sobreviventes de uma epidemia da doença do sono que assolou o mundo entre 1916 e 1927, que foram tratados com L-dopa, o que os permitiu retornar à vida normal. O episódio inspirou o livro Awakenings, ou despertares, e foi interpretado no cinema no filme Tempo de Despertar, estrelado por Robin Williams e Robert De Niro.
Infância e juventude
Sacks era o caçula de quatro irmãos, filhos de um casal judeu do norte de Londres, Inglaterra. Seu pai era médico e sua mãe foi uma das primeiras mulheres a se tornar cirurgiã na Inglaterra. Sua família era grande, e o autor teve diversos primos que se sobressaíram como escritores, diretores e economistas. O autor fugiu com seu irmão aos seis anos de idade para um colégio interno em Midlands, onde permaneceu até 1943. Foi um afiado químico em sua juventude e recebeu o diploma de bacharel em fisiologia e biologia pela Universidade de Oxford, além de receber pela mesma instituição o bacharelado de Medicina em Cirurgia.
Morte
Em fevereiro de 2015, Oliver Sacks relatou ao jornal The New York Times que um câncer havia surgido em seu olho e fora tratado nove anos antes, mas havia se espalhado para o fígado, sendo, assim, diagnosticado com câncer terminal. Sacks morreu em sua casa em Nova Iorque, no dia 30 de agosto de 2015, aos 82 anos de idade.
Autobiografia de Oliver Sacks
O último dos livros escritos por Oliver Sacks, sua autobiografia denominada “Sempre em movimento” traz uma visão honesta sobre o escritor, seus dilemas pessoais e anseios, sendo um livro muito diferente dos demais que escreveu. Nesta obra, Sacks se mostra inseguro, frequentemente rejeitado e ainda relata episódios de vícios em drogas, causando perplexidade que um autor tão bem sucedido tenha se dedicado tanto à introversão.
Sacks era gay em uma época onde a homossexualidade era crime no Reino Unido, um rapaz tímido e um tanto desinteressado por sexo e até mesmo considerado assexuado por alguns amigos, que pode ser advindo do medo de se assumir homossexual, já que foi discriminado pela mãe ao dizer que preferia garotos. O autor relata sobre seu primeiro amor, sua virgindade e o processo de envelhecimento até descobrir um câncer terminal.
Obras do autor
Dentre as principais obras de Oliver Sacks, podemos citar:
- Enxaqueca (Migraine, 1970)
- Tempo de despertar (Awakenings, 1973)
- Com uma perna só (A leg to stand on, 1984)
- O homem que confundiu sua mulher com um chapéu (The man who mistook his wife for a hat, 1985)
- Vendo vozes: Uma viagem ao mundo dos surdos (Seeing voices: A journey into the land of the deaf, 1989)
- Um antropólogo em Marte (An Anthropologist on Mars, 1995)
- A ilha dos daltônicos (The Island of the Colorblind, 1997)
- Tio Tungstênio: Memórias de uma infância química (Uncle Tungsten: Memories of a chemical boyhood, 2001)
- Oaxaca Journal (2002)
- Alucinações Musicais (Musicophilia, 2007)
- O olhar da mente (The Mind's Eye, 2010)
- A mente assombrada (Hallucinations, 2012)
- Gratidão (Gratitude, 2015)
- Sempre em movimento - Uma vida Oliver Sacks (On the move - a life, 2015)
- O Rio da Consciência ("The River of Consciousness", 2017)
O homem que confundiu sua mulher com um chapéu
Um dos títulos mais famosos de Oliver Sacks, "O homem que confundiu sua mulher com um chapéu” (do inglês The Man Who Mistook His Wife for a Hat) é um livro de 1985 que relata casos de alguns dos pacientes do neurologista que vivem imersos em sonhos, aberrações intelectuais e percepções fantásticas em consequência de danos cerebrais.
Este livro traz 24 relatos de casos sobre pacientes que perderam a memória e não conseguem mais reconhecer pessoas ou objetos comuns. Em particular, o caso de um homem com agnosia visual (propagnosia) que tenta pegar seu chapéu mas pega a cabeça de sua esposa e tenta colocá-la na cabeça, sem conseguir perceber o que estava fazendo de erro, deu nome à obra.
Um antropólogo em Marte
Outra obra que ficou muito famosa do autor é “Um antropólogo em Marte”, relatando o caso de um pintor que ficou daltônico devido a um acidente de carro, deixando de viver no mundo colorido e passando a olhar a vida nas tonalidades cinza, preta e branca. Sacks procura transmitir as emoções causadas por essa transformação na vida de um artista que tinha na cor sua inspiração, e relata o lento processo de adaptação, nada fácil, à nova realidade devido às dificuldades diversas e à baixa qualidade de vida de tais pacientes.
A Ilha dos daltônicos
Em “A Ilha dos Daltônicos", Sacks depara-se com a peculiar situação de habitantes que, isolados em uma ilha, nasciam daltônicos e desenvolviam um tipo de vida completamente adaptado a essa condição. Oliver Sacks demonstra seu fascínio pelo caso, já que a ilha foi um dos objetos de estudo que deu origem à teoria da evolução, sempre buscando entender a adaptação e resiliência destes pacientes.
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