Cada vez se faz mais necessário conhecer a vivência de mulheres de todas as raças e gêneros. Assim é Bell Hooks e suas significativas contribuições para entender o feminismo negro. Você conhece essa autora? Então dá só uma olhada!
Quem é Bell Hooks?
Gloria Jean Watkins, mais conhecida como Bell Hooks, nasceu no dia 25 de setembro de 1952 em um pequeno e segregado bairro de Kentucky, Estados Unidos. Era uma entre os seis filhos de seus pais, e uma ávida leitora, tendo sido educada em escolas públicas segregadas e depois escrevendo a respeito de onde ela experienciou a educação como prática libertária. Hooks graduou-se em Inglês na Universidade de Stanford em 1973 e concluiu seu mestrado em Inglês na Universidade de Wisconsin-Madison em 1976. Completou seu doutorado em Literatura pela Universidade da Califórnia.
Hooks é uma autora, professora, feminista e ativista social americana, cujo nome foi emprestado de sua bisavó, Bell Blair Hooks.
Temas abordados por Hooks
O foco do trabalho de Bell Hooks é a interseccionalidade entre raça, capitalismo e gênero, e o que ela descreve como a habilidade de produzir e perpetuar esses sistemas de opressão e dominação de classe. Bell publicou mais de 30 livros e inúmeros artigos científicos, além de ter aparecido em documentários e participou de palestras públicas, endereçando raça, classe e gênero na educação, arte, história, sexualidade, mídia em geral e feminismo. Em 2014, ela fundou o Instituto Bell Hooks em Kentucky, Estados Unidos.
Carreira
Hooks iniciou como professora de inglês e estudos étnicos em 1976 na Universidade do Sul da Califórnia. Foi durante este período que adotou o nome em homenagem a sua bisavó, Bell Hooks. A autora lecionou em diversas universidades dos Estados Unidos e publicou seus primeiros livros sobre feminismo, que passaram a ser reconhecidos como influentes contribuições ao pensamento feminista.
E eu não sou uma mulher?
Em seu livro “E eu não sou uma mulher?” (do inglês “Ain’t I a Woman?”), Hooks examina uma série de temas recorrentes em seus últimos trabalhos: o impacto do sexismo e do racismo em mulheres pretas, a desvalorização do feminismo preto nos papéis sociais e educacionais, a ideia de supremacia capitalista patriarcal, a marginalização de mulheres pretas e o descaso pelas questões de raça e classe dentro do feminismo.
Desde sua publicação, o livro se tornou uma referência crítica ao pensamento político pós-moderno, no qual almeja alcançar um público maior, utilizando vários estilos de comunicação.
Ensinando para transgredir
Outro livro de Bell Hooks que chama atenção é “Ensinando para transgredir: educação como a prática da liberdade” (do inglês “Teaching to Transgress: Education as the Practice of Freedom”), a autora escreve a respeito de uma abordagem transgressiva em educação, na qual os professores ensinam aos estudantes como “transgredir” contra limites vistos por ela como raciais, sexuais e classistas. A autora vê a sala de aula como uma potencial fonte de libertação. No entanto, também aborda o modelo atual de educação, no qual o professor detém o poder sobre os alunos, embotando o entusiasmo dos estudantes para inserir a obediência ao professor.
Para ela, as escolas e universidades devem encorajar seus estudantes e professores a transgredirem e procurarem modos de colaborar para fazer o ensino algo mais relaxante e motivante. Segundo ela, ensinar é uma arte performativa e os professores são catalisadores que convidam a todos para se transformarem em engajados e ativos.
O ato performativo de ensinar
Para Hooks, o aspecto performativo do ensino oferece um espaço para a mudança, invenção e mudanças espontâneas que podem servir como catalisadores de elementos únicos em cada sala de aula.
Bell Hooks e Paulo Freire
Hooks dedicou um capítulo de seu livro “Ensinando para transgredir: educação como a prática da liberdade” para Paulo Freire, escrito na forma de um diálogo descontraído entre ela mesma, Gloria Atkins e sua voz de escrita, Bell Hooks.
A pedagogia da esperança
Dez anos após lançar “Ensinando para transgredir: educação como a prática da liberdade”, Hooks lançou o livro “Pedagogia da Esperança”, no qual a autora continua a ver a sala de aula como um lugar que sustenta a vida e expande a mente, ou seja, um lugar que libera a mutualidade entre professor e estudante, trabalhando em parceria, o que deixa o ensino leve e prazeroso, e aumenta significativamente a qualidade de vida tanto dos alunos, quanto dos professores.
A autora reforça que a educação é uma prática da liberdade que nos permite confrontar sentimentos de perda e restaurar nosso senso de conexão, criando comunidades.
Aprendizado promovido por Bell Hooks
Com todo seu histórico, não é fácil nascer como uma mulher negra no sul dos Estados Unidos na década de 1950, em um contexto de segregação racial e em uma família de domínio patriarcal. Assim, o trabalho de Hooks serve de motivação para uma série de minorias que nem sempre se sentem representadas ou são silenciadas e impedidas de participar ativamente das decisões em sociedade, como é de seu direito.
Dentro desse ponto de vista, vemos que algumas coisas, no entanto, já mudaram. Quando Hooks era professora, o magistério era visto como algo quase sacerdotal, em que a mulher que optava por esse caminho era pressionada a renunciar à vida amorosa e sexual, não eram estimuladas a desenvolver o intelecto já que culturalmente “os homens não gostam de mulheres que falam o que pensam”. Bell Hooks não desistiu e seu exemplo serve de apoio a muitas mulheres passando por discriminações em todo o mundo.
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Referências:
ALMEIDA, M. Bell Hooks. sem data. Disponível em: https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/bell-hooks/
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