Veja como esta área do conhecimento humano trabalha a favor da diversidade com povos indígenas. Dá uma olhada!
A pluralidade do Brasil
O Brasil é um país amplamente reconhecido pela riqueza e diversidade natural e étnico-cultural, representada pelas comunidades tradicionais, com seus modos de vida específicos. Entre as principais comunidades, destacam-se: povos indígenas, remanescentes de quilombos, pescadores artesanais, ribeirinhos, quebradeiras de coco, caiçaras e inúmeros outros.
Embora seja um país cheio de diversidade de modos de vida, elas geralmente estão estruturadas em torno da relação com a natureza, com a terra e seus territórios.
Os povos indígenas
Os povos indígenas representam 0,4% da população total do Brasil. Caracterizados pela diversidade, apresentam configurações particulares de costumes, crenças e línguas.
Calcula-se que com a chegada dos portugueses no Brasil, habitavam em nosso território aproximadamente cinco milhões de índios, que foram aniquilados pelas doenças trazidas pelos brancos, pelas guerras na conquista de território e pela escravização.
Segundo os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), hoje a população indígena, no território nacional, restringe-se a 896.917 indivíduos, sendo que 63,8% residem em áreas urbanas e 57,7% moram em terras indígenas oficialmente legitimadas pelo Ministério da Justiça.
O contato com as sociedades
As comunidades têm sido atravessadas pela circulação de mercadorias, informações e pessoas das sociedades nacionais. Junto com essa circulação, ampliam-se as demandas por políticas públicas de saúde, educação e a reivindicação dos direitos humanos básicos, diálogo que muitas vezes é favorecido pelo profissional da psicologia.
A atuação do psicólogo nos povos tradicionais
O psicólogo deve conhecer o lugar que irá ocupar em relação ao outro, não devendo possuir um pensamento utópico ou pessoal, mas sim conhecer a cultura que está estudando e deixar transpassar-se por ela. É a partir dessa experiência, que o psicólogo irá compreender o outro e buscar promover qualidade de vida dentro de seu contexto.
A atuação do psicólogo deve ser voltada por meio da escuta, o que favorece o fortalecimento da relação Psicologia e Povos Indígenas, assim como promover o protagonismo desses indivíduos na sua busca por perspectivas emancipatórias. A atuação da psicologia deverá contribuir para a elaboração de políticas públicas que levem em consideração a subjetividade e diversidade desse povo. Como recomendação aos psicólogos, os mesmos devem se fazer presente nas equipes de saúde, principalmente no enquadre da saúde mental, e auxiliar no enfrentamento dos sofrimentos psíquicos existentes.
Trabalhar com os povos indígenas exige do profissional uma preparação técnica e psicológica. Possuir uma preparação técnica no que tange a linguagem, o diálogo deve ser claro e compreendido pelos indivíduos envolvidos. A preparação psicológica é a capacidade de adentrar no mundo do outro sem mudá-lo, sem criar preconceitos que atrapalhem seu trabalho.
Problemas psicossociais
Os povos tradicionais enfrentam uma série de situações de tensão social, com ameaça à integridade de seus territórios e saberes, uma insegurança que os coloca em posição de maior vulnerabilidade frente a uma série de agravos e problemas concretos, como invasões territoriais, exploração sexual e uso abusivo de álcool, o que afeta a resiliência destes indivíduos.
Segundo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a depressão e o suicídio são cada vez mais frequentes em diversas comunidades indígenas brasileiras. De 2008 a 2012, os suicídios indígenas representaram 1,0% dos óbitos registrados no território brasileiro. O suicídio no contexto indígena stá relacionado com fatores sociais e culturais específicos e tem se mostrado um problema de saúde desafiador.
Políticas públicas e povos tradicionais
As políticas públicas são alternativas que possibilitam a permanência, convivência e fixação de homens e mulheres do campo em seus territórios. A mitigação das desigualdades, bem como, a estruturação de uma sociedade democrática passa necessariamente pela efetivação da política de reforma agrária e pelo acesso aos direitos básicos sistematicamente negados a estas populações.
Como o índio é visto atualmente?
Hoje em dia o índio se tornou “folclorizado”, segundo algumas pesquisas. Existem pessoas que nem sabem da sua existência, acreditam ser mais um personagem criado pelas tradições populares e lendas urbanas, tornando-se um objeto e não visto como um ser humano de direitos. Por isso, algumas políticas foram criadas para validar o índio como um ser humano com direitos iguais a todos os seres humanos que convivem em sociedade.
Declaração das Nações Unidas
A Organização das Nações Unidas (ONU)reconhece os povos indígenas como iguais aos demais povos brasileiros, com a finalidade de fazer a sociedade enxergar os índios como seres humanos. Assim, afirma que possuem o direito de serem diferentes e respeitados, assim como afirmam que os povos indígenas contribuem para a riqueza da cultura e diversidade no país.
Além disso, reconhece também as injustiças que prejudicaram as vidas e o modo de viver no presente da população indígena, estabelecendo um importante marco para a percepção da opressão histórica contra os índios e declara que os povos indígenas são seres humanos como quaisquer outros e, portanto, usufruem dos mesmos direitos.
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Referências:
BERALDO, I.S. & COSTA, M.F. Psicologia e povos indígenas: reflexões iniciais sobre a atuação do psicólogo no movimento indígena na luta por território. UNIFIO. sem data.
CARVALHO, A.V. & MACEDO, J.P. Povos e comunidades tradicionais: revisão sistemática da produção de conhecimento em Psicologia. Revista Psicologia: Teoria e Prática. 2018;20(3).
PIZZINATO, A. et al. Psicologia, povos e comunidades tradicionais e diversidade etnocultural. Psicol. Ciênc. Prof. 2019;39.
SOUZA, R.S.B. et al. Suicídio e povos indígenas brasileiros: revisão sistemática. Rev Panam Salud Publica. 2020;44(3).
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