A diversidade diz respeito ao reconhecimento da pluralidade do ser humano, e precisamos nos educar para respeitar cada indivíduo em sua particularidade. Dá só uma olhada na contribuição da psicologia para a diversidade sexual!
O que é diversidade sexual?
Primeiramente, é preciso dizer que sexualidade e a diversidade sexual são construções sociais, o que significa pensar que são produzidas e controladas a partir da tensão de múltiplos discursos conectados aos momentos históricos. Dessa forma, a diversidade sexual é um termo usado para se referir à maneira inclusiva de toda a diversidade de sexos, orientações sexuais, identidade e expressões de gênero sem precisar especificar cada uma das identidades que compõem essa pluralidade.
Quando pensamos em sexo, falamos de masculino, feminino e intersexo; a orientação sexual diz respeito ao hetero, homo, bi, andro, gine e assexual; a identidade pode ser masculina ou feminina, seja trans ou cisgênero ou não-binária; e expressão de gênero se refere ao masculino, feminino ou andrógeno, geralmente reunidos pela expressão LGBTQIA+.
O direito à diversidade sexual
A liberdade sexual é um direito, assim como a autonomia sexual, a integridade sexual, a segurança do corpo sexual, os direitos à privacidade sexual, ao prazer sexual, ao direito de expressão sexual, ao direito da associação sexual, das escolhas reprodutivas livres e responsáveis e à informação sexual livre de discriminações, todos compõem o direito ao exercício de sua sexualidade.
Esses direitos precisam alcançar identidades, condutas, preferências e orientações as mais diversas, relacionadas com aquilo que socialmente se estabelece, em cada momento histórico, como sexual.
Ademais, esses direitos ganharam reconhecimento internacional e se intensificaram nas últimas décadas. Contudo, a sexualidade ainda é reprimida em muitas sociedades e em algumas ainda é criminalizada.
Por que reivindica-se a diversidade sexual?
A diversidade sexual precisa ser reivindicada pois é uma forma de promover aceitação de qualquer forma de ser, com direitos iguais, liberdades e oportunidades dentro dos Direitos Humanos. A visibilidade da diversidade sexual em muitos países se dá através de marchas do Orgulho LGBTQIA+.
Assim, busca-se uma convivência harmoniosa com essa pluralidade de aspectos que é único de cada indivíduo, uma motivação para a construção de uma sociedade mais justa, que respeite o diferente. A diversidade sexual é apenas um dos aspectos a serem incluídos nesse respeito.
A descriminalização
O ato de descriminalizar a diversidade sexual na maioria dos países representa um avanço no respeito à pluralidade. Em reação às leis de orientação sexual, os países estão divididos em seis categorias:
- proteção constitucional;
- proteção ampla;
- proteção ao emprego;
- proteção limitada ou desigual;
- sem proteção ou sem criminalização;
- criminalização.
O Brasil se encontra na categoria de proteção ampla, junto com mais 56 países, localizados em sua maioria na Europa e nas Américas, o que significa que nesses países, a comunidade LGBTQIAP+ possui garantias legislativas e jurídicas mesmo os direitos LGBTQIA+ não sendo previstos explicitamente na Constituição.
Os direitos humanos e a criminalização
Desde a década de 1980, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem sido ativa no debate sobre os direitos LGBTQIA+ Alguns acontecimentos ganharam destaque, como a retirada da homossexualidade como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1990, assim como o julgamento do caso de Nicholas Toonen contra o Estado australiano, em 1994. Em 2014, a Organização se manifestou em 2014 contra a discriminação motivada por orientação orientação sexual ou identidade de gênero no mundo. Mas as violações aos direitos LGBTQIA+ nessas regiões ocorrem mesmo com o reconhecimento da ONU de que esses direitos fazem parte dos direitos humanos.
As influências na psicologia
Dentro desse contexto, a psicologia vem sendo influenciada, questionada pelos movimentos sociais e transformada. Vai agora contra a patologização da diversidade sexual, que a partir da década de 1990 ganhou força através de leituras e posicionamentos profissionais antidiscriminatórios, tais como a Resolução 001/99 do Conselho Federal de Psicologia, que estabelece normas para a atuação de profissionais de Psicologia junto às pessoas LGBT. A norma técnica instrui a atuação do psicólogo durante o processo transexualizador por meio da Resolução 01/2018, que impede o uso de técnicas psicológicas para manter ou reforçar a discriminação e preconceito contra pessoas LGBT.
O estigma e a diversidade sexual
Indivíduos LGBTQIA+ sofrem com mais frequência discriminações, estigma e exclusão social, incluindo abuso físico e psicológico, bullying, perseguição ou alienação econômica. Além disso, experiências de discriminação podem ocorrer em várias áreas, como no trabalho, na educação e nos cuidados em saúde, e até na própria família. Isso causa uma série de problemas psicológicos, tais como o risco aumentado de suicídio, reações de estresse pós-traumático, depressão maior, ansiedade generalizada e abuso de substâncias ilícitas. Além disso, pessoas transgênero foram identificadas como risco aumentado de desenvolver distúrbios de ansiedade, depressão, fobia social ou dificuldades de adaptação, abuso de substâncias e desordens alimentares. Por isso, se torna uma questão de saúde pública cuidar da saúde biopsicossocial destes indivíduos, que possuem baixa qualidade de vida.
Como se abrir à diversidade?
Veja abaixo algumas dicas para manter a mente mais aberta às diversidades:
- Procure ir além de seus preconceitos, reconhecendo-os e escolhendo não agir de acordo com eles. Se informe a respeito das dúvidas que tiver e procure desmistificar alguns de seus conceitos pré-aprendidos. Você pode descobrir que o preconceito nem é seu, foi só algo aprendido.
- Procure ser isento de julgamentos: claro que você pode manter a sua própria opinião, o problema é quando você não consegue tolerar algo diferente do que você pensa.
- Saber reconhecer que todos são únicos: observar as diferenças nas pessoas, procurar perceber características positivas em todos, e poderá se surpreender.
- Apoie a contratação de funcionários com necessidades especiais ou minorias.
- Reveja a sua forma de se comunicar com os outros e procure verificar se a sua linguagem é inclusiva.
Assim, a diversidade sexual é um dos elementos da pluralidade do ser humano, o que é uma de nossas maiores riquezas. Respeitar o diferente contribui para construirmos uma sociedade justa para todos, próspera de valorização da dignidade de todos.
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Referências:
ANZOLIN, B. & MOSCHETA, M.S. Sentidos sobre diversidade sexual e o trabalho de psicólogas na Atenção Básica. Psicol. Ciênc. Prof. 2019;39(3).Conheça mais:
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