Já ouviu falar que as emoções podem afetar o corpo e a mente? Sabia que a relação entre os dois pode ditar o funcionamento do seu organismo? Já ouviu falar de doenças psicossomáticas? Então dá uma olhada abaixo!
A primeira pergunta que uma pessoa faz quando se percebe doente é: “o que eu tenho?”.
A necessidade de denominar e classificar o que se está vivenciando faz parte da forma que o ser humano tem de buscar se conhecer para intervir e escolher. Ou seja, sem conseguir distinguir e descrever o que sentimos e vivenciamos, não conseguimos intervir nas questões que estão incomodando ou desreguladas.
No entanto, algumas pessoas passam a vida toda buscando profissionais de saúde que possam explicar o que está acontecendo sem sucesso, pois nas doenças psicossomáticas, outros elementos além dos sintomas físicos são considerados e nem todos os profissionais estão capacitados para ter esse olhar mais amplo e humanizado.
Vamos ver um pouco mais sobre a psicossomatização.
Definindo as doenças psicossomáticas
A psicossomatização ou o ato de psicossomatizar vem da área de pesquisa e intervenção interdisciplinar denominada psicossomática, derivada de diversas especialidades da medicina e da psicologia. A psicossomática estuda os efeitos sociais e psicológicos sobre os processos orgânicos do corpo e sobre o bem estar das pessoas.
O termo foi utilizado pela primeira vez pelo psiquiatra Heinroth em 1808, em seus estudos sobre insônia. Se tratam de doenças crônicas cuja matriz psíquica, suas raízes, se encontram em conteúdos conscientes e inconscientes, e sua expressão fisiológica e psicológica.
É uma metodologia através da qual a doença é compreendida como um processo mais amplo que os sintomas físicos apresentados. A doença psicossomática se refere ao dano psíquico que apresenta mudanças clínicas detectadas no corpo.
Na visão dos profissionais de saúde, a palavra psicossomática representa uma compreensão do ser humano de forma integral, já que não existe separação entre a mente e o corpo, ou seja, ambos transitam em diversos contextos como o social, familiar, profissional e relacional.
Mente sã, corpo são
Cada vez mais se busca sair do conceito de que mente e corpo são separadas ou possuem uma divisão entre elas. Atualmente, sabemos que tudo está interligado e que os comportamentos e as emoções estão diretamente conectadas com nosso meio interno e externo.
As questões não resolvidas em nossa mente podem se tornar problemas também para o corpo, pois quando algo não está bem na saúde mental, o funcionamento dos demais órgãos do corpo também são afetados, através de um processo que chamamos de psicossomatização.
Inter-relação das doenças psicossomáticas
A medicina procura entender como a relação entre a mente e o corpo pode afetar ou explicar a doença física, ou seja, como a mente pode estar se relacionando com os órgãos físicos. Por outro lado, podemos pensar a psicossomatização através das interrelações, através das quais se busca entender as relações entre o orgânico (nosso organismo) e o relacional (interpessoal).
A Psicologia, por outro lado, compreende que o adoecer está ligado aos sistemas humanos configurados pela psique. Quando o sujeito não consegue processar, simbolizar, denominar seus conflitos, pode desenvolver sintomas físicos que são considerados psicossomáticos. Dessa forma, é preciso considerar o diagnóstico diferencial para compreender os significados por trás da doença expressa pelo indivíduo, já que a psique é um local de investigação pode tanto gerar sofrimento e implicar no corpo humano, como ser influenciada por ele.
Objetivo da psicossomática
A intenção da psicossomática é procurar entender como essas variáveis todas afetam o organismo para que se possa de alguma maneira tentar um domínio sobre esses efeitos do psicológico no somático. No entanto, alguns pensadores colocam que toda doença é psicossomática, ou seja, possui fatores emocionais que influenciam processos no corpo através das vias neuronais, e que quando atingem o corpo, estariam sendo um mesmo fenômeno ocorrendo simultaneamente em ambas as partes (mente e corpo).
Diagnóstico das doenças psicossomáticas
Embora haja o reconhecimento dos fatores emocionais que impactam o organismo gerando ou agravando doenças, a psicossomática não propõe que encaramos todas as questões emocionais como fenômenos de doenças, e nem significa negligenciar a necessidade de ajuda técnica e cuidados de saúde, já que se refere a um sofrimento que pode estar se apresentando em sintomas físicos e deve ser avaliado por um médico, o qual está capacitado no caso de necessidade de diagnóstico de um transtorno, por exemplo, o Transtorno Somático (DSM-V). Alguns sintomas que remetem ao sofrimento psíquico podem não ser identificados quando olhados sob uma perspectiva biologicista, obtendo portanto o teor de doenças psicossomáticas.
Tipos de doenças psicossomáticas
Doenças de origem em processos psíquicos não-elaborados se manifestam de diversas formas, dentre elas:
Tremores;
Dores de barriga;
Travamento dos dentes (bruxismo);
Doenças gastrointestinais (úlcera, gastrite, retocolite);
Doenças respiratórias (asma, bronquite);
Doenças cardiovasculares (hipertensão, taquicardia, angina);
Doenças dermatológicas (vitiligo, psoríase, dermatite, herpes, urticária, eczema);
Diabetes;
Doenças nas articulações (artrite, artrose, tendinite, reumatismos);
Doenças auto-imunes (alergias diversas, rinite);
Impotência e outras disfunções sexuais;
Fibromialgia;
Insônia;
Depressão;
Gripes;
Estresses;
Transtornos de ansiedade, entre outras.
Tratamento das doenças psicossomáticas
O tratamento para as doenças psicossomáticas pode envolver o uso de medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios e anti-histamínicos para aliviar os sintomas. No entanto, o acompanhamento de um psicólogo e psiquiatra são fundamentais para que o indivíduo aprenda a controlar suas emoções e tratar a verdadeira causa do problema.
Em alguns casos, antidepressivos e ansiolíticos são prescritos pelo psiquiatra como tratamento para ansiedade, assim como as sessões de terapia são importantes para a resolução dos conflitos internos que podem ter originado ou estar mantendo o sintoma.Fique atento: quando um conflito ou situação está tomando toda a sua atenção e preocupação, manifestações físicas do estresse ou ansiedade podem surgir. É sempre bom lembrar: não é porque as doenças psicossomáticas podem ter origem ou ser influenciadas pelas emoções que elas não existam, por isso é preciso procurar tratamento adequado e não negligenciar uma possível necessidade de tratamento.
Referências
CERCHIARI, E.A. Psicossomática: um estudo histórico e epistemológico. Psicol.Cienc.Prof.2000;20(4).
SILVA, R.M. Somatização, conversão e psicossomatização: a dialética de uma breve história do transtorno somático. Portal dos Psicólogos. 2018.
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