A regressão é uma forma de acessar o subconsciente e o inconsciente de uma pessoa durante a hipnoterapia, com o objetivo de resgatar memórias.
No entanto, a regressão não é uma forma de “voltar a vidas passadas” como muito popularmente é associada. O que é regressão, então?
O que é regressão?
A regressão é uma técnica séria, utilizada pela hipnose para acessar memórias associadas às fobias mais comuns, compulsões, ansiedades, depressões e traumas, por exemplo, que estão escondidas no inconsciente, de forma que quando acessados podem ressignificar-se, de modo que a pessoa possa superá-lo. A regressão também pode levar o indivíduo a prolongar sensações e sentimentos, tanto de sentimentos positivos quanto negativos.
Hipnose
Alguns autores afirmam que a hipnose é um estado natural da mente humana, acontecendo até mesmo no dia a dia, quando não estamos tão atentos ao movimento em nosso ambiente, como quando não focamos na televisão ou não ouvimos o telefone tocar.
Na terapia com hipnose, conhecida como hipnoterapia, o cliente vem às sessões com uma demanda e essa busca é o que orienta toda a prática, que deve estar alinhada ao que ele busca.
Com relação à sua queixa, o hipnólogo busca descobrir dentro do cliente o que faz com que ele se sinta do modo como se sente, ressignificando sua percepção de dentro para fora. Quando o próprio cliente consegue encontrar respostas dentro de si, a mudança derivada daí é efetiva e os sintomas cessam.
A hipnose pode ser aplicada por hipnoterapeutas, bem como por médicos, psicólogos e dentistas.
Como é o processo da hipnose?
O processo da hipnose se relaciona diretamente com a vivência dos sujeitos em sua vida cotidiana. É a partir dos recursos trazidos pela pessoa a ser hipnotizada que o hipnólogo pode ampliá-los para servirem de instrumentos para lidar com certa experiência dolorosa.
Quando vivenciamos uma experiência dolorosa, é possível que desenvolvamos certa amnésia seletiva a respeito do fato ocorrido. São essas memórias não acessadas que podem ser ressignificadas na construção de novos sentidos, sem que a hipnoterapia se limite ao insight cognitivo, porque este é feito pela mente consciente, que não tem acesso à mente inconsciente.
É importante lembrar que a pessoa hipnotizada lembra de tudo o que aconteceu, consegue relatar o que vivenciou e, como é um estado natural da mente, não apresenta risco.
Como é realizada a regressão?
A regressão consiste em guiar uma pessoa até o estado de transe hipnótico, aprofundando o nível de aprofundamento de acordo com a necessidade de acesso às memórias inconscientes. Uma forma de realizar a regressão é a regressão por idade.
Através da distorção do tempo, é possível fazer uma retrospectiva histórica que leve o indivíduo a perceber vivências e situações capazes de quebrar, por exemplo, a lógica pessimista que um indivíduo deprimido possa ter.
No entanto, se o cliente tiver medo ou receio, não seguirá as instruções dadas pelo hipnólogo, o que impossibilita ser conduzido ao transe. Por isso é muito importante explicar como funcionam todos os passos antes de iniciar a hipnoterapia, tirar todas as dúvidas, medos e crenças distorcidas sobre a hipnose.
Como a regressão é um movimento delicado, pois mexe em questões inconscientes, é imprescindível que haja comunicação entre o terapeuta e o cliente, e que este primeiro possa passar confiança ao seu cliente além, é claro, de ter uma conduta profissional ética em sua motivação e atuação.
Passo a passo
Primeiramente é preciso que o hipnólogo esteja atento à importante relação de construir um vínculo com o sujeito a ser hipnotizado, principalmente um vínculo emocional. A pessoa que está sendo hipnotizada precisa dar seu consentimento para todos os procedimentos seguidos, e na regressão não é diferente.
Após a anamnese, após avaliar todos os dados trazidos pelo cliente e ao chegar à conclusão de que há uma demanda, o hipnoterapeuta passa a recorrer à regressão para acessar memórias inconscientes.
É a partir da relação entre os dados trazidos pelo cliente, aquilo que ele entende como demanda e qual seria a “raiz” do problema, somados à construção da subjetividade desse sujeito que é feita aos poucos, integrando os dados cognitivos às memórias ou metáforas acessadas inconscientemente, que o hipnoterapeuta pode abordar a questão.
As metáforas trazidas pela pessoa em transe podem ser intimamente relacionadas com seus pontos críticos, ou seja, seus traumas, fobias e outros.
Traumas
A palavra trauma deriva do grego e tem relação com ferida e se refere a um dano causa à mente decorrente de um evento angustiante ou de uma exposição prolongada à alta quantidade de estresse que excede a capacidade de enfrentamento ou integração das emoções vivenciadas na experiência.
Cada pessoa reage a um trauma de forma pessoal, de acordo com suas experiências subjetivas, ou seja, nem todas as pessoas que vivenciam experiências traumáticas se tornam psicologicamente traumatizadas.
Alguns sintomas da vivência de um trauma podem ser: a revivência persistente do evento traumático; a esquiva persistente a estímulos associados com o trauma; o embotamento da responsividade; e sintomas persistentes de excitação aumentada, todos causando prejuízos na vida pessoal ou social do indivíduo. As pessoas que vivenciaram traumas podem apresentar, ainda:
- recordações aflitivas;
- sonhos aflitivos e recorrentes;
- sofrimento psicológico intenso diante de algo que lembre o evento traumático;
- reatividade fisiológica na exposição a indícios internos ou externos que simbolizam ou lembram algum aspecto do evento traumático.
A atuação da hipnose nos traumas
Através das sessões de regressão, é possível que o sujeito possa ir entrando em contato com o exato momento em que registrou o acontecimento do trauma, ou no ponto específico que mais faz com que essa pessoa sofra, para ressignificá-la com a maturidade atual, por incentivo do hipnoterapeuta mas, sempre, advinda de dentro do cliente.
Ao ter a possibilidade de entrar em contato com o trauma em um ambiente seguro e planejado, através do bom estabelecimento de vínculo de confiança entre hipnoterapeuta e cliente, é que se pode olhar para os traumas a partir de um novo ponto de vista, e compreendendo dessa nova forma, o cliente retorna à mente consciente com outra perspectiva.
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Referências:
BESSET, V.L. Trauma e sintoma: da generalização à singularidade. Rev. Mal-Estar Subj. 2006;6(2).
NEUBERN, M.S. Hipnose, dor e subjetividade: considerações teóricas e clínicas. Psicologia em Estudo. 2009;14(2).
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