Conhece alguém que acumula coisas e não consegue jogar fora? Pessoas que guardam até mesmo coisas sem valor? Sabia que isso pode se transformar em um transtorno?
Dá uma olhada!
Vivemos em um mundo cuja pressão para adquirir mais e mais coisas é crescente. Somos invadidos pelas propagandas antes mesmo de nascermos e já crescemos em uma cultura onde comprar é demonstrar ao mundo quem se é.
Acumular
O comportamento de colecionar e acumular objetos pode ser comum em diversas populações, e em certos momentos ajudam na adaptação do indivíduo ao ambiente (por exemplo, estocar comida em uma situação difícil). No entanto, o excesso de acumulação também está presente como comorbidade de diversos transtornos mentais e neuropsiquiátricos. Quando a acumulação passa a prejudicar a vida do indivíduo e sua convivência com as demais pessoas, é hora de pensar sobre o Transtorno da Acumulação.
Transtorno da Acumulação
O transtorno da acumulação consiste em um padrão persistente de dificuldade para descartar pertences pessoais, mesmo aqueles sem valor aparente, associado a um forte desejo de manter o pertence versus um estresse para descartar o item.
Muitas vezes essa dificuldade pode ser associada a compra excessiva de itens desnecessários, o que, ao não ser diagnosticado, cria um ciclo de acumulação tão grande que a pessoa fica sem espaço para guardar seus pertences, entre outras complicações.
Nesse transtorno, as pessoas podem acumular tanto que chegam a ter que responder processos jurídicos por acumular coisas em espaços onde convivem. Esses espaços frequentemente possuem objetos entulhados ao ponto de ter odores insuportáveis que impedem as atividades diárias relacionadas à alimentação, sono e higiene. Em casos extremos, esses indivíduos podem acabar sendo despejados, e quando possuem filhos, podem até mesmo perder a guarda destes.
Sintomas
Os principais sintomas do transtorno da acumulação são:
- necessidade de coletar intencionalmente objetos ou animais;
- dificuldades de se desfazer de suas posses, mesmo que estas não apresentem valor ou utilidade e causem desorganização;
- problemas de organização associados ao ambiente de convívio;
- pode não se sentir à vontade quando outras pessoas frequentam sua residência;
- consumismo;
- desejo de organização;
- falta de controle de impulsos;
- ausência de limites e juízo crítico;
Evidências neurobiológicas
Alguns estudos relatam que transtornos como o de acumulação podem se dar devido a disfunções nos mecanismos de decisão no cérebro. A incapacidade de se comprometer com decisões inevitáveis (como jogar objetos fora) pode se dar devido à falhas em acumular quantidade suficiente de informações antes de tomar uma decisão.
Formas de aquisição
As principais formas de aquisição de objetos relatadas por pessoas acumuladoras são a compra compulsiva, a coleta livre de objetos (como pessoas em situação de pobreza extrema, ex-moradores de rua) e até mesmo o furto.
Essas pessoas podem recusar ajuda devido ao seu juízo crítico limitado acerca da intensidade de seus sintomas e passam a justificar seus comportamentos disfuncionais, sem reconhecer os impactos em sua vida.
Tipos de acumuladores
Podemos classificar os tipos de acumuladores em:
1. Acumuladores compulsivos: o acumulador obsessivo obtém objetos desnecessários de forma repetitiva e tende a preservar o valor sentimental que confere às coisas. Possuem enorme medo de perder ou se desfazerem de objetos que possam vir a ser úteis no futuro ou pela conexão emocional criada. Desenvolvem crenças a respeito da posse e privação de objetos, comportamentos de indecisão, evitação de contatos sociais e perfeccionismo. Enfrentam dificuldades para manter e organizar os espaços físicos, tornando o ambiente de convívio inabitável. São indivíduos que perderam o autocontrole, possivelmente em função de déficits cognitivos. Possuem como principal característica o consumismo compulsivo, sobre o qual gozam de satisfação mais propriamente sobre o acúmulo do que desfrutar o objeto adquirido.
2. Acumuladores de animais: a principal característica destes acumuladores é adquirir uma grande quantidade de animais, cerca de dezenas ou até mesmo centenas, os quais muitas vezes são alocados em espaços inadequados e em condições insalubres. Em geral, tendem a não conseguir manter as condições básicas para a sobrevivência dos animais, mas continuam mantendo-os consigo. São indivíduos que manifestam sentimentos de dó e compaixão por animais em situação de abandono e maus-tratos, apresentando até mesmo dificuldade para livrar-se deles após a morte destes.
3. Acumuladores colecionadores: os acumuladores colecionadores conseguem manter um nível maior de organização relacionado ao ambiente em que vivem, procurar exibir seus objetos adquiridos e tendem a mantê-los organizados. A diferença entre acumuladores compulsivos e colecionadores é que os primeiros escolhem objetos específicos, enquanto os segundos podem colecionar objetos diversos sem prejudicar o ambiente em que vivem.
Consequências
A incapacidade de se libertar de objetos geralmente causa diversos prejuízos sociais, psicológicos e, principalmente, financeiros para os acumuladores, por não conseguirem conter seus impulsos e lidar com a ansiedade. Muitos entram em dívidas altíssimas por não conseguirem conter a compulsão de comprar, enquanto outros acabam relacionamentos e cortam vínculos pela dificuldade de convivência no mesmo espaço.
Tratamento
O tratamento psiquiátrico em conjunto com a psicoterapia, a pessoa acumuladora busca, através do autoconhecimento, lidar com suas cognições, pensamentos, emoções e comportamentos. É preciso evitar que a pessoa acumuladora tenha contato com situações que ativam sua compulsão por acumular coisas ou animais, com o objetivo de prevenir recaídas e atingir melhores resultados. A psicoterapia pode ajudar com pensamentos mágicos, distorcidos ou catastróficos que acumuladores constantemente apresentam, ao se recusarem a abandonar os objetos coletados. Foca-se na diminuição do sofrimento do indivíduo ao descartar seus objetos, quando estes crêem que os objetos poderão ser úteis no futuro, justificando a importância de continuarem acumulando. Também procura-se aumentar a percepção da realidade pelo indivíduo, e o estabelecimento de metas para resultados obtidos através de estratégias motivacionais, treino de habilidades sociais e inteligência emocional, e exposição gradual aos gatilhos acumuladores.
Assim, conseguem melhor qualidade de vida e podem reformular vínculos e ressignificar situações de vida.
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