Abordagens teóricas podem ser transformadoras quando aplicadas de forma terapêutica. Você conhece o humanismo? Então vem dar uma olhada conosco!
O que é humanismo?
O Humanismo foi um período de transição entre o Trovadorismo e o Classicismo, durante o final da Idade Média. Foi um movimento intelectual que se distanciou da influência da Igreja e dos pensamentos religiosos. Em um sentido amplo, o Humanismo visava valorizar o homem acima de tudo, contemplando os atributos e realizações humanas.
Com o distanciamento das questões religiosas, nesse período foi possível realizar novas formas de estudo acerca da arte, ciência e política. Veja as principais características do humanismo:
- Transição entre Idade Média e Renascimento;
- Valorização do ser humano;
- Surgimento da burguesia;
- Destaque do homem no centro do universo;
- As emoções humanas começaram a ser mais valorizadas pelos artistas;
- Afastamento de dogmas;
- Valorização de debates e opiniões divergentes;
- Valorização do racionalismo e do método científico.
O humanismo na arte
A arte humanista segue o objetivo de valorizar a figura humana. Assim, os artistas da época passaram a utilizar modelos de verdade, com suas belezas e perfeições, para a realização das esculturas e pinturas, que mostravam detalhes nas expressões faciais e nas proporções humanas.
O humanismo na literatura
O Humanismo também corresponde a uma escola literária que teve preponderância nos séculos XIV e XV. Durante essa época, que também foi chamada de segunda época medieval, iniciou-se a produção de prosas (crônicas e novelas de cavalaria), poesia estilo palaciana e teatro.
O humanismo na psicologia
A psicologia humanista teve seu início no ambiente acadêmico norte-americano do pós-guerra. Surgiu no final da década de 1950 e início dos anos 60. Os líderes do movimento humanista levantaram suas vozes contra a imagem de homem e de método científico defendidas pelo Behaviorismo (dominante no campo da Psicologia experimental) e contra a imagem de homem e de método terapêutico da Psicanálise - dominantes no campo da psicoterapia.
Precursores do humanismo na Psicologia
Foi graças ao trabalho de dois pesquisadores, Abraham Maslow e Anthony Sutich, que o Movimento Humanista pode ser articulado, organizado e institucionalmente fundado como a Terceira Força da Psicologia.
Em 1962 foi fundada a Associação Americana de Psicologia Humanista, que impulsionou o movimento da psicologia humanista.
Humanistas rebelados contra o Behaviorismo
Os humanistas se rebelaram contra o Behaviorismo por quatro movimentos fundamentais:
- Por não concordar com a pesquisa em animais como acesso a uma compreensão adequada do ser humano.
- Exigem que os temas de pesquisa da Psicologia não sejam escolhidos por sua adequação ao método experimental, e sim por sua importância para o ser humano e relevância para o conhecimento psicológico.
- Opõem-se à concepção mecanicista behaviorista do ser humano, argumentando que a motivação humana é intencional e auto-direcionada.
- Por último, afirmar que ainda que fosse possível ao Behaviorismo realizar um catálogo completo dos comportamentos humanos possíveis, isto não ofereceria uma descrição adequada da natureza humana pois, seguindo a perspectiva gestaltista, a pessoa é mais do que a soma de cada comportamento isolado.
Crítica à psicanálise
A psicologia humanista também se opõe ou critica a psicanálise, sobretudo na visão pessimista, determinista e psicopatologizante, que atribui à teoria de Freud, assim como na impessoalidade da técnica transferencial.
O homem na visão humanista
O ser humano, na visão humanista-existencial, é proposto como um ser essencialmente livre e intencional. Assim, sendo o homem livre e auto orientado pelos propósitos e sentidos que dá à própria existência, não pode eximir-se de se responsabilizar plenamente pelo que é, apesar da inevitável angústia que esse assumir se evoca, pois qualquer outra atitude seria auto-engano, má fé, inautenticidade no existir.
Como o humanismo vê os transtornos?
Para o humanismo, o indivíduo possui inimagináveis possibilidades de compreender-se, de modificar os conceitos que tem de si mesmo, suas posturas e seu comportamento nesse processo de vivência e autoconhecimento. Para a abordagem, o potencial do indivíduo pode ser liberado se a pessoa for trazida a uma situação caracterizada por um clima favorável para o desenvolvimento psíquico.
Logo, o humanismo concebe que os transtornos mentais se originam através do bloqueio do desenvolvimento natural do ser humano por fatores externos.
Princípios do humanismo
Alguns dos princípios do humanismo podem ser citados, tais como: o ser humano é mais do que a soma de suas partes tomadas individualmente; o ser humano está imerso em relações interpessoais, é um ser consciente e pode desenvolver sua percepção, decidir-se e comportar-se de maneira intencional.
Sua “crença” fundamental é de que os indivíduos são naturalmente bons e que os problemas mentais e sociais resultam de desvios dessa tendência natural.
O livre arbítrio
Para a psicologia humanista, as pessoas possuem livre-arbítrio, ou seja, faz as escolhas dos caminhos que segue na vida e, portanto, é responsável pelas suas consequências. É uma abordagem otimista que visa tirar o ser humano da carga de avaliações pesadas de outros olhares terapêuticos.
A percepção do sujeito
No humanismo, as experiências do sujeito são mais importantes, ou seja, a realidade objetiva é menos importante do que a percepção subjetiva e a compreensão do mundo da pessoa. Por isso, é chamada de fenomenológica, por estudar a personalidade a partir do ponto de vista da experiência subjetiva do indivíduo, o que lhe confere liberdade e qualidade de vida.
Onde a psicologia humanista é aplicada?
Assim como outras abordagens terapêuticas, a psicologia humanista também é utilizada para tratar questões como depressão, baixa autoestima, dificuldades para alcançar o potencial pessoal, falta de sentido de vida, ansiedade, distúrbios de pânico, transtornos de personalidade, esquizofrenia, dependência e problemas de relacionamento.
É uma abordagem que oferece uma atmosfera de apoio, empatia e confiança, que permite ao indivíduo compartilhar seus sentimentos sem o medo de ser julgado.
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Referências:
CASTAÑON, G.A. Psicologia Humanista: a história de um dilema epistemológico. Memorandum. 2007;12.
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