O desenvolvimento tecnológico cresceu em escala global, influenciados pelo consumo inconsciente, produzimos dezenas de toneladas de lixo que nem ao menos sabemos a finalidade que se dá. Pensando na redução da produção do lixo, foi criado o movimento lixo zero.
Sociedade do consumo
Cerca de um terço da população mundial compõe a chamada sociedade de consumo, sendo que a outra terça está à margem desta e outro terço vive em situação intermediária, dada a ascensão ao privilegiado mundo dos consumidores.
Impactos ambientais
Os impactos ambientais gerados pela crescente industrialização e pelo consumo excessivo geram resíduos sólidos diariamente que nem sempre possuem finalidade ou gestão. O mundo gera mais de três milhões de toneladas de lixo por dia, das mais variadas naturezas, sem contar os resíduos industriais e rejeitos de mineração praticamente incalculáveis. Muitas já foram as tentativas de mitigar os efeitos dessa produção nociva de resíduos
O que é lixo zero?
O termo “lixo” se utiliza para classificar a mistura de resíduos recicláveis com resíduos orgânicos de rejeitos, ou seja, materiais sem viabilidade de reciclagem e inorgânico.
Dentre as práticas da economia circular, a não geração ou máxima minimização da produção de lixo, por pessoas ou pela indústria chama-se lixo zero, também definidas como desperdício zero, resíduo zero ou zero waste. Esse conceito procura o máximo aproveitamento e correto encaminhamento de resíduos recicláveis e orgânicos e a redução ou mesmo extinção do encaminhamento desses materiais para os aterros sanitários ou para a incineração. Trata-se de uma filosofia é um conceito de vida, na qual os indivíduos passam a refletir e obter a conscientização dos caminhos e finalidades de seus resíduos antes de descartá-los.
O movimento precisa ter início na indústria, ao pensar na produção e nos designs dos produtos e suas embalagens. Seguindo, o comércio, responsável pela logística e logística reversa dos produtos e embalagens, além do forte papel do consumidor pelo uso e descarte. E por fim o governo tem a capacidade de harmonizar a responsabilidade de ambos, a comunidade e a indústria.
Dessa forma, o lixo zero se refere a um fluxo circular de materiais, “os mesmos materiais são usados repetidas vezes até o nível ótimo de consumo, de modo que nada seja desperdiçado ou subutilizado.
Desperdício zero
A expressão desperdício zero tem por objetivo se tornar um modelo padrão para se afastar do convencional, ou seja, um modelo linear de uso de recursos onde estes são extraídos, transformados, consumidos e ao final, descartados. Esse novo pensamento representa uma nova contradição nos termos ambientais em que representa a nova ordem de gestão de resíduos.
O Brasil possui o Instituto Lixo Zero Brasil, uma organização autônoma, sem fins lucrativos e pioneira na disseminação do conceito lixo zero no Brasil. A instituição foi fundada em 2010 e é representante da Zero Waste International Alliance.
Os 5 "R's do movimento lixo zero:
A filosofia dos “Rs do livro zero'' serão representadas pelas palavras: repensar, reutilizar, reduzir e reciclar. Vamos ver abaixo sobre cada um deles:
- Recusar: trata-se de não consumir de forma desnecessária.
- Repensar: é idealizar uma nova concepção em que deixa-se de pensar os resíduos como “sujos” e reflete-se sobre novas formas alternativas ao descarte.
- Reutilizar: trata-se de destinar um resíduo a uma outra função, antes de serem encaminhados para a reciclagem.
- Reduzir: aqui, pensa-se em gerar o mínimo possível de novos resíduos.
- Reciclar: por fim, a reciclagem seria o uso da própria matéria prima para fabricar o mesmo ou outro produto, evitando deixá-lo em um aterro.
Assim, ao invés de ver o lixo como materiais descartáveis, o movimento lixo zero passa a vê-los como recursos que podem ser moldados e redirecionados.
Estilo de vida
Ao se tornar consciente da quantidade de lixo que produzimos diariamente, o indivíduo passa a ressignificar, mudar seu estilo de vida com o objetivo de eliminar o desperdício de suas vidas para salvar o ambiente do planeta. Esse estilo de vida também já foi referido como baixo desperdício, baixo impacto, vida não tóxica e viver intencionalmente.
Esses consumidores passam a alterar seus padrões de consumo de várias maneiras, um dos mais proeminentes é o movimento de desperdício zero, concentrando-se no consumo de uma maneira que reduza a quantidade de lixo que produzem com o objetivo de eliminá-lo. As pessoas que aderem ao estilo de vida lixo zero, em geral:
- evitam comprar itens com excesso de embalagem;
- pesquisam o impacto ambiental das empresas que apoiam;
- trabalham para minimizar o que é desperdiçado em suas residências;
- muitas vezes produzem seus próprios cosméticos, produtos de limpeza, e outros.
Um estilo de vida sustentável é uma forma de viver através da escolha de ações individuais que minimizam o uso de recursos naturais e geram emissões, resíduos e poluição, simultaneamente apoiando o desenvolvimento e o progresso socioeconômico de todos.
Criar estilos de vida sustentáveis significa repensar as nossas formas de viver, como compramos e como organizamos o nosso cotidiano. Também se trata de alterar a forma como nos socializamos, compartilhamos, educamos e construímos identidades.
Desenvolvimento
Muitos países já têm o lixo zero ou zero desperdício como seu princípio orientador, com metas de gerar o desperdício, eliminar o uso desnecessário de matérias-primas, aumentar a sustentabilidade dos produtos e recuperar o valor dos produtos quando atingem o fim de sua vida.
Na Austrália, a filosofia lixo zero já faz parte da sua legislação, por meio da lei chamada Zero Waste SA (2004) cujo objetivo é melhorar os sistemas de gerenciamento de resíduos e estimular o desperdício zero.
Os governos devem exercer papel fundamental na criação de estruturas e infraestrutura que permitam aos cidadãos mudarem seus comportamentos. Informação e educação são essenciais, além da participação da sociedade civil no movimento e no aumento da qualidade de vida geral.
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Referências:
GOMES, K.C. As práticas de consumo do movimento lixo zero à luz da teoria de cultura do consumidor. UNIVALI.
PADILHA, E.T. A filosofia "lixo zero" nas políticas públicas brasileiras. Universidade Federal de Uberlândia. 2019.
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