Era uma vez uma mulher, profissional, estudante, mãe, dona de casa, esposa e filha, que mal tinha tempo para respirar entre suas obrigações do dia a dia, e que, mesmo assim, se sentia culpada quando encontrava uma mínima brecha para descansar e cuidar de si mesma.
Na sociedade cansaço (termo sobre o qual também falaremos neste conteúdo) milhares de mulheres e homens se identificaram com o parágrafo acima, e essa é uma dura realidade.
Numa época marcada pela velocidade, pela hiperprodutividade e pela obsessão pelo sucesso, expressões como “tempo é dinheiro”, “descansar é para os fracos” e “quem dorme, não lidera”, só enfatizam que vivemos numa época que está desaprendendo a descansar.
Se você chegou até este conteúdo, é provável que esteja sentindo na pele os impactos do sentimento dessa culpa, e ajudá-lo a ressignificar o seu descanso
Vamos lá? Boa leitura!
O que é a sociedade do cansaço?
Difundido pelo escritor e filósofo sul-coreano Byung-Chul Han em seu livro “Sociedade do Cansaço”, o termo defende que estamos vivendo numa sociedade em que cobranças excessivas foram naturalizadas e a cobrança pela positividade continua também.
Em uma época onde as tecnologias poderiam nos ajudar a trabalhar menos e ganhar mais, a onda de uma positividade (tóxica, diga-se de passagem) e da avalanche de informações, gera um cansaço duplo: vem de não dar conta de tudo, mesmo se esforçando ao máximo, e também da frustração por não dar conta de tudo.
Some ao cansaço as constantes comparações, coisa que fazemos todos os dias nas redes sociais, e você se pegará pensando: estou atrasado, preciso estudar mais, tenho que ler um livro por dia, viajar mais, fazer exercícios físicos… E a lista de “to dos” se torna infindável!
Essa é uma realidade responsável por adoecer nossa sociedade. E se você não acredita nisso, fique com os números:
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Em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofrem com algum grau de depressão.
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O Brasil lidera o ranking de países com mais casos de depressão, correspondendo a cerca de 63% da população acometida pelo transtorno.
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90% da população sofre com o estresse.
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30% dos profissionais brasileiros sofrem com a Síndrome de Burnout. Somos o segundo país com mais casos diagnosticados da doença ocupacional.
Mas por que sentimentos culpa no descanso?
Sentir culpa em relação ao descanso pode ser resultado de várias influências culturais e sociais.
Nossa sociedade frequentemente valoriza a produtividade, o trabalho árduo e a conquista de metas como sinais de sucesso e virtude. Essa mentalidade pode levar as pessoas a acreditarem que qualquer tempo gasto em descanso é desperdiçado ou indulgente.
Além disso, há uma pressão constante para estar sempre ocupado e disponível, especialmente com o avanço da tecnologia e a facilidade de conexão constante. As expectativas sociais e profissionais muitas vezes exigem um ritmo acelerado, deixando pouco espaço para o descanso e a recuperação.
Outro fator importante é a comparação com os outros. Quando vemos pessoas ao nosso redor trabalhando arduamente ou sendo elogiadas por sua produtividade, podemos sentir uma pressão para seguir o mesmo padrão. Isso pode gerar sentimentos de culpa quando optamos por descansar, como se estivéssemos aquém das expectativas impostas.
A influência da mídia também desempenha um papel significativo. Filmes, programas de TV e redes sociais frequentemente retratam a vida de pessoas superprodutivas, que raramente têm tempo para descansar. Isso pode criar uma imagem idealizada de sucesso e fazer com que as pessoas se sintam culpadas por não se encaixarem nesse modelo.
Descansar sem sentir culpa é possível?
Descansar sem sentir culpa pode ser um desafio, especialmente quando somos bombardeados com mensagens que valorizam a hiperprodutividade. No entanto, é possível adotar algumas estratégias para cultivar uma mentalidade mais saudável em relação ao descanso.
Reconheça a importância do descanso
Entenda que o descanso é essencial para o bem-estar físico, mental e emocional. É uma oportunidade de recarregar as energias, reduzir o estresse e promover a criatividade. Reconheça que descansar não é um luxo, mas uma necessidade.
Defina limites e estabeleça prioridades
Estabeleça limites claros entre o trabalho e o tempo de descanso. Defina horários específicos para relaxar e divirta-se sem se preocupar com as demandas do trabalho. Priorize o seu bem-estar e lembre-se de que você merece esse tempo para si mesmo.
Cultive uma mentalidade de autocuidado e a pratique
Veja o descanso como uma forma de cuidar de si mesmo. Assim como você se preocupa com sua saúde física, é importante cuidar da sua saúde mental e emocional. Reconheça que se permitir descansar é uma maneira de investir em seu próprio bem-estar e aumentar sua produtividade a longo prazo.
Incorpore atividades de autocuidado em sua rotina diária. Isso pode incluir exercícios físicos, meditação, leitura, hobbies, tempo de qualidade com entes queridos ou qualquer outra atividade que lhe traga prazer e relaxamento. Reserve um tempo regularmente para essas atividades e lembre-se de que elas são importantes para o seu bem-estar geral.
Desafie as crenças negativas
Identifique e questione as crenças negativas associadas ao descanso e à culpa. Lembre-se de que ninguém pode ser produtivo o tempo todo e que descansar é uma parte natural e necessária do ciclo de trabalho e recuperação.
Aprenda a dizer "não"
Não se sinta obrigado a dizer "sim" a todas as demandas e solicitações. Estabeleça limites saudáveis e aprenda a dizer "não" quando necessário. Definir prioridades e proteger seu tempo de descanso é fundamental para evitar a sobrecarga e o sentimento de culpa.
E se você curtiu este conteúdo, sugerimos que você navegue pelos conteúdos do blog do Instituto Brasileiro de Neurodesenvolvimento (IBND). Por lá você encontrará muitos artigos focados em desenvolvimento pessoal e profissional, autoconhecimento, autocuidado, coaching, pnl, entre outros.
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