Algumas pessoas permanecem em relacionamentos com ciclos tóxicos, mas nem sempre compreendem o porquê. Veja a proposta da autora Robin Norwood a respeito.
A autora
Robin Norwood é uma terapeuta americana especialista em terapia de casal e familiar, além de trabalhar no campo da adicção por mais de 15 anos. Especializou-se também no tratamento de co-alcoolismo e sua relação com a adicção. Nascida em 27 de julho de 1945, publicou o livro best-seller internacional intitulado “Mulheres que amam demais” em 2011.
Veja abaixo as principais ideias trazidas nesta importante publicação que contribui para a ampliação do autoconhecimento nas relações interpessoais e como se desenvolvem padrões de relacionamentos a partir das primeiras relações.
Quem são as mulheres que amam demais?
As chamadas “mulheres que amam demais” são aquelas que têm uma obsessão por cuidar de alguém, um comportamento gerado por famílias que possuíam algum tipo de problema emocional, que veremos adiante.
Primeiras experiências familiares
A probabilidade de crescer em lares desajustados produzirem filhos desajustados é grande. A família que não consegue discutir os problemas inerentes ao grupo e a sua peculiaridade pode ser classificada como família desajustada. Famílias desajustadas frequentemente são inflexíveis e a comunicação é eficiente entre os membros e tendem a negar a realidade de suas crises e, portanto, evitam o enfrentamento delas.
Assim, mulheres que amam demais vêm de um lar desajustado, no qual as necessidades emocionais não foram satisfeitas. As emoções dessas mulheres foram negadas ou ignoradas, ao invés de serem aceitos e legitimados.
A relação entre mãe e filha
Segundo Norwood, quando a mãe mente para a criança, esta desenvolve dificuldades para aguçar suas percepções, ou seja, a habilidade de confiar em si mesma. Em lares cujos pais brigam muito, sobra pouco tempo para dar atenção às crianças, o que gera a sensação de abandono e negligência.
Lares desajustados
Os lares desajustados são aqueles nos quais ocorrem abuso de drogas, álcool, comportamentos compulsivos (tais como comida, trabalho, limpeza, jogos, fazer regime em excesso), espancamento de crianças, comportamento sexual inapropriado (tal como sedução, incesto), tensão e brigas constantes, grandes espaços de tempo que os pais não conversam entre si, contradição nos valores dos pais, competição entre os pais pelas crianças, inabilidade de um dos pais em lidar com a família,inflexibilidade (quanto a dinheiro, religião, sexo, tv, esportes, afeição) com hábitos que dificultam contato com criança.
A carência e os padrões de relacionamento
As mulheres que amam demais geralmente não receberam atenção quando crianças e, para compensar e tentar suprir esta falta acabam tornando-se tendenciosas, principalmente com homens aparentemente carentes, possuem dificuldade de relacionamento, inflexíveis e melancólicos. Assim, a mulher sente-se atraída por este tipo de homem na tentativa de cuidar dele, fazendo compensação de seu estádio carente e são atraídas pela dor, identificando-se com situações assim, para aliviar sua própria dor.
A mulher maravilha
Segundo a autora, as mulheres que amam demais tentam realizar múltiplas tarefas, assumindo tudo para si, enfrentam maiores problemas, empregam muito tempo, investem valiosos esforços para ajudar o homem que está envolvido. Pois se este esforço der certo o homem que está no relacionamento, se transformará em tudo que ele queria que ele fosse.
Compram roupas para seus parceiros, financiam suas diversões para ajudá-lo, mudam de lugar para satisfazê-lo e acabam sem motivação para cuidarem de si próprias.
Relacionamentos frios
Essas mulheres estão acostumadas a ter falta de amor em relacionamentos, nos quais possuem muita paciência, esperança e querem agradar cada vez mais seus homens. Insistem em contornar os problemas para continuar na relação, na esperança de que fazer cada vez mais pelo relacionamento nunca é demais. Assume responsabilidades muito grande de culpas, falhas e erros alheios e de tais relacionamentos e acreditam que este deve dar certo custe o que custar.
A questão da segurança
Mulheres que amam demais tinham pouca segurança quando criança. Assim, desenvolvem a necessidade de controlar seus homens, em uma atitude desesperadora, embora mascarada de prestativa. Seus pais provavelmente passaram da condição de proteção para a de ameaça, assim, as pessoas criadas nestas condições fazem de tudo para mudar de posição quando adultas.
Como não sabem o que é ter um relacionamento feliz, escolhem os homens não ideias e sim os sonhados.
A dependência dos homens
Quando essas mulheres se encontram dependentes de homens, elas sofrem mais, segundo a autora. Elas criam este relacionamento viciado, e somente pela presença do outro parceiro, satisfaz-se o prazer. Assim, estas mulheres pedem a habilidade de analisar outros aspectos da vida e lidar com eles. É uma forma de buscar compensar e preencher o vazio, a dor, o medo e a raiva. Os relacionamentos acabam agindo como drogas. Dessa forma, quando o abandono do relacionamento ocorre, a mulher passa pelos mesmos sintomas de quem abandona um vício de beber ou ingerir drogas, por exemplo, geralmente buscando outro relacionamento logo após o término.
A necessidade de ser necessária
Ainda segundo Norwood, as mulheres que amam demais possuem uma carga de responsabilidade emocional muito pesada, e parecem ter sempre a necessidade de se tornar a provedora emocional quando em um relacionamento com homens.
O surgimento deste padrão pode ser explicado pela vivência de crianças cujas responsabilidades da casa eram deixadas por conta delas ou que fizeram esforços muito grandes para unir pais que brigavam ou que desenvolveram o chamado complexo de super salvadora. Assim, as mulheres que amam demais tendem a arcar com a responsabilidade do parceiro, sempre estará disposta a ser que resolverá os problemas do outro, pelo outro, no objetivo de cuidar deste companheiro como se ele fosse incapaz.
A conscientização deste padrão é a forma mais efetiva de mudança rumo a relacionamentos mais saudáveis.
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Referência:
NORWOOD, R. Mulheres que amam demais. Editora Rocco. 1ª edição. 2011.
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