Estamos tão acostumados com a presença de doenças com a idade avançada que achamos que ela é uma consequência inevitável do envelhecer. Mas cada vez mais estudos verificam que não é bem assim, as pessoas podem envelhecer com saúde.
Estilo de vida
O estilo de vida se refere aos aspectos comportamentais, padrões de consumo, rotinas, hábitos ou forma de dia adaptada ao dia a dia. É a forma pela qual o indivíduo ou um grupo de pessoas vivencia o mundo e se movimenta através dela, como se comporta e faz escolhas. Estamos constantemente bombardeados de estímulos para consumir itens que nem sempre produzem saúde e podem estar reforçando doenças.
O que é Medicina do Estilo de Vida?
A medicina do estilo de vida (MEV) pode ser definida como a disciplina que estuda como hábitos e práticas diárias impactam tanto a prevenção como o tratamento de doenças, frequentemente em conjunto com terapias farmacológicas ou cirúrgicas, para entregar uma visão conjunta da saúde em geral.
A medicina do estilo de vida propõe a modificação de hábitos de vida que podem estar na causa ou mantendo determinadas doenças, além de ver os hábitos saudáveis como provedores de saúde e prevenção.
O processo do diagnóstico precisa incluir aspectos socioeconômicos, mentais, espirituais e comportamentais da vida do paciente somado a marcadores biológicos de saúde e doença.
Hábitos e estilo de vida
Alguns dos pilares objetivos da MEV são atentar-se para a nutrição, cessar o fumo, atividade física e manejo do peso, manejo do estresse e saúde mental, além de outros. Vamos ver a importância do estilo de vida na promoção de saúde:
- Atividade física: um componente vital tanto para a prevenção, quanto para o tratamento de várias doenças. A atividade física regular tem demonstrado ser eficaz para reduzir o risco de diabetes, síndrome metabólica, obesidade e certos tipos de câncer, além de impactar na saúde do cérebro e da cognição, reduzindo os níveis de ansiedade, depressão e melhorias no estresse.
- Nutrição: a nutrição tem um papel fundamental nos hábitos de estilo de vida, e na prevenção e tratamento de doenças crônicas. Existe um consenso de que a alimentação saudável contaria com a ingestão de frutas e vegetais, grãos, carnes, legumes e nozes.
- Manejo do peso: a obesidade é uma grande comorbidade da atualidade, e pode promover uma série de doenças crônicas, como diabetes, doenças músculo-esqueléticas, artrite e muitas outras. Trabalhar esse hábito de vida visa distribuir a energia adquirida para não ganhar peso desnecessariamente.
- Ingestão de tabaco e nicotina: a ingestão de produtos com nicotina e tabaco está envolvida em uma série de doenças como infarto, doenças cardíacas, diabetes e câncer. A importância de reduzir ou cessar o consumo destas substâncias é fundamental para balancear o equilíbrio no estilo de vida.
- Estresse, ansiedade e depressão: epidemias modernas de transtornos mentais estão sendo observadas no mundo. É estimado que até um terço da população adulta dos Estados Unidos experienciam estresse diariamente com impacto adverso em sua performance familiar ou profissional.
Na visão da MEV, as pessoas doentes devem tomar a frente de seu tratamento. Devem aprender a serem responsáveis pela própria saúde, sem esperar que a responsabilidade seja do médico. Para a medicina do estilo de vida, o médico do futuro seria de informar seus pacientes sobre as origens de suas doenças e as possibilidades de restaurar sua saúde. O paciente decide para onde quer ir. É claro que com isso não se quer dizer que o paciente estará abandonado.
Salutogênese
A salutogênese é um termo cunhado para designar a busca pelas razões que levam alguém a estar saudável. É um conceito que representa uma mudança de paradigma nas ciências da saúde, que até então buscavam uma explicação apenas para a razão de alguém estar doente (patogênese). Para os pesquisadores que desenvolveram o termo, a manutenção da qualidade da saúde depende de um conjunto de capacidades que foi denominado como “senso de coerência”, ou seja, o nível de confiança, equilíbrio e resiliência com que cada indivíduo vive e enfrenta os estresses da vida, que se constitui em três capacidades básicas:
- Compreensibilidade: capacidade de compreender de forma ordenada, clara e consistente os estímulos, demandas e desafios relacionados a sua vida;
- Capacidade de gestão: capacidade de atuar, a partir dos recursos pessoais e sociedade, perante os estímulos, demandas e desafios;
- Significância: capacidade de encontrar significado e motivação para atuar perante os estímulos.
Dessa forma, a promoção de saúde é uma articulação entre os estímulos ambientais e os recursos internos que temos para lidar com as demandas e desafios da vida.
Através da conscientização dos impactos do nosso estilo de vida na saúde, podemos passar a uma revisão de vida, para realizar mudanças para adotar hábitos que promovam saúde e previnam doenças, e não o contrário.
Similaridades entre a MEV e as terapias holísticas
Além de visar promover saúde ao invés de apenas se preocupar com doenças, a medicina do estilo de vida têm em comum com as terapias holísticas uma visão mais integral do ser humano, e uma consciência de que as variáveis que causam doenças são bem mais amplas do que apenas o indivíduo: o ambiente e os estímulos a que estamos expostos diariamente ocupam importante posição para definir o surgimento de doenças, sejam físicas ou mentais.
A medicina oriental é uma prática milenar que atua na promoção de saúde dos indivíduos, assim como a MEV, buscando entender o ser humano desde o espiritual, o ambiental e o físico, nos tratamentos de doenças.
No tratamento da depressão ou tratamento para ansiedade, além de outras questões psíquicas, a hipnoterapia é um exemplo que pode ser complementar ao tratamento com a medicina do estilo de vida. Ampliar a conscientização dos motivos que mantêm os hábitos de vida podem catalisar as mudanças necessárias para cuidar apropriadamente da saúde.
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Referências:
PIJL, H. Life style medicine: why do we need it? Medical Science Educator. 2018;28(1).
RIPPE, J.M. Lifestyle medicine: the health promoting power of daily habits and practices. Analytic Review. 2018;12(6).
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