Basta uma pequena pesquisa nos perfis de profissionais da Geração Z, pessoas que nasceram entre o fim da década de 1990 e 2010, para verificar que boa parte deles não costumam ficar muito no mesmo emprego.
Esse movimento, que pode parecer esquisito e até inadequado para os millennials e geração X, é o que chamamos de job hopping - algo como “salta-emprego” na tradução para o português.
Para aqueles que não estão acostumados a esse tipo de jornada profissional, uma pergunta pode preocupar: “afinal, será que o job hopping é algo saudável para o mercado e para a carreira desses profissionais?”.
Para responder a essa pergunta, convidamos os profissionais com experiência em desenvolvimento pessoal e profissional do Instituto Brasileiro de Neurodesenvolvimento (IBND). Vamos acompanhar?
O job hopping já é uma realidade!
Dados do Ministério do Trabalho e da Previdência, no Brasil, mostram que jovens entre 18 e 24 anos são os que duram menos tempo nos trabalhos. Segundo o levantamento, em 2020, dos quase 10 milhões de pessoas nesta faixa etária, 24,4% ficam menos de três meses no mesmo posto. A mesma pesquisa mostra que, na faixa que vai dos 50 aos 64 anos, 41,67% do total permanece por dez anos ou mais.
Mas esse movimento não se restringe ao território brasileiro. Dados da plataforma americana de recrutamento e seleção CarrerBuilder, mostram que a Geração Z fica, em média, 2 anos e 3 meses em um mesmo local de trabalho. Entre os que são conhecidos como Baby Boomers (nascidos entre 1945 e 1954), a média é de 8 anos e 3 meses.
Job hopping: por que esse movimento acontece?
O que leva os jovens a “pularem” de emprego com mais frequência? Para responder a essa pergunta, precisamos entender as características comuns a nativos da geração Z e o contexto do mercado de trabalho atual.
Quanto às características, os trabalhadores mais novos, vale lembrar, já nasceram imersos em um ambiente altamente digitalizado, o que os torna facilmente adaptáveis a mudanças e aprendizados. Por consequência, anseiam por desafios crescentes e por ambiente diversos.
Assim, podemos listar que o que motiva o job hopping são os seguintes fatores:
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Curiosidade e vontade de entrar em novos projetos;
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Busca por uma melhor remuneração;
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Melhores condições de trabalho como flexibilidade de horário, home office, etc;
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Falta de desenvolvimento profissional e novos desafios em sua rotina;
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Compromisso consigo mesmo acima da empresa;
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Mudança como sinônimo de desenvolvimento;
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Desmotivação;
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Impaciência pelo crescimento.
Prós e contras desse movimento
Por ser um movimento relativamente novo, não há um consenso sobre os job hoppers serem bons ou não para as empresas e para si mesmos.
Enquanto alguns consideram uma perda de tempo contratar um profissional que receberá formação e experiência sem compromisso de permanecer; Outros acham interessante a contratação de job hoppers ainda que exista o risco de formá-los e perdê-los em seguida. Pois, pior que formar profissionais e deixá-los partir é não formá-los e deixá-los ficar.
Já para os profissionais com perfil job hopper, as mudanças constantes podem não ser tão boas. Afinal, há muitas empresas que não estão dispostas a contratá-los.
Contudo, uma coisa é certa: job hoppers são profissionais com coragem para enfrentar desafios, que se adaptam com facilidade a mudanças e que possuem amplo conhecimento para oferecer às empresas.
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