O sono não é o mesmo em todas as faixas etárias, e nosso ritmo acaba impactando todas as atividades do nosso dia a dia, bem como pode ser impactado por elas. Você sabe os impactos do horário escolar no sono adolescente? Então dá uma olhada!
O que é o sono?
O sono é um estado ordinário de consciência, complementar à vigília ou estado desperto, no qual há repouso normal e periódico, caracterizado tanto nos seres humanos como nos outros vertebrados pela suspensão temporária da atividade perceptivo-sensorial e motora voluntária. O sono possui ondas cerebrais típicas, essencialmente diferentes do padrão do estado de vigília. Dormir significa passar do estado de vigília para o estado de sono. No ser humano, o ciclo do sono é formado por quatro estágios, que duram cerca de noventa minutos cada. Esses ciclos se repetem de quatro a cinco vezes durante uma noite, até atingir a quantidade adequada para a qualidade de vida de cada faixa etária. O maior período de sono que já se registrou foi uma pessoa que dormiu cerca de onze dias seguidos.
A adolescência
A adolescência é um período de desenvolvimento onde os sistemas regulatórios do corpo estão em constante mudanças, e os ritmos de sono não são diferentes. Durante esta transição, as mudanças hormonais e a organização do sono em adolescentes alteram o sono adolescente, se comparados com crianças.
Estudos relatam que a quantidade de sono dos adolescentes vem diminuindo ao longo das últimas décadas, o que levou associações de sono do mundo inteiro a formularem pedidos de reconsideração dos horários escolares dos adolescentes para que eles possam ter um sono adequado. Dentre as pressões biopsicossociais que os adolescentes sofrem, o atraso de fase de sono somado aos horários escolares parecem ser os principais responsáveis pela perda de sono em adolescentes, o que pode resultar em uma falta de maturação de seu organismo.
Atraso de fase de sono
O atraso de fase de sono é a denominação de uma mudança no ritmo dos adolescentes, sendo a sua principal característica o atraso na secreção de melatonina, hormônio do sono, que empurra o sono adolescente para ir dormir mais tarde, seguida pela redução crescente de horas de sono, cortadas no dia seguinte pela obrigação social escolar.
Esse atraso observado no sono adolescente também foi observado em outras espécies, sugerindo que o atraso é derivado de mecanismos biológicos e não apenas de alterações comportamentais. Além dos fatores biológicos, fatores ontogênicos e ambientais como mais atividades de lazer nessa faixa etária, maior autonomia por parte dos adolescentes e baixa pressão para ir dormir por parte dos pais, além do amplo acesso à exposição à luz elétrica e nos aparelhos eletrônicos podem estar envolvidos no atraso de fase de sono em adolescentes.
Horários escolares e sono adolescente
A escola é a principal obrigação social do adolescente, e para atendê-la, não raro o jovem precisa cortar o seu sono para dar conta do turno escolar matutino. As políticas públicas em educação não contemplam ritmos de sono, que são diferentes em cada faixa etária, e acabam tendo início muito cedo, fatiando o sono de adolescentes que já não conseguem iniciar o sono mais cedo.
Principalmente durante o ensino médio, momento em que os adolescentes estão experienciando o pico em seu atraso de fase de sono, as aulas acabam institucionalizando a privação crônica de adolescentes, não levando em consideração os diferentes cronotipos, e deixando os adolescentes com capacidade reduzida de desempenho escolar, mais deprimidos e ansiosos e com maior probabilidade de desenvolver doenças no futuro.
Pesquisas demonstraram que atrasar o horário de início das aulas em uma hora já é suficiente para verificar melhorias no sono e no humor de adolescentes brasileiros. Estas pesquisas visam somar às políticas públicas que contemplem adolescentes privados de sono, bem como adolescentes vespertinos, que têm seu horário de sono alterado regularmente.
Efeitos da privação do sono
Dentre os efeitos nocivos da privação de sono em adolescentes, podemos citar:
- diminuição do estado de alerta e da concentração;
- aumento nos comportamentos de risco e impulsividade;
- dificuldades de regulação emocional;
- resposta imune prejudicada;
- desordens metabólicas;
- diabetes;
- hipertensão;
- ansiedade;
- obesidade;
- apatia;
- baixa resiliência;
- mais acidentes de trânsito no período matutino por adolescentes motoristas;
- má comunicação;
- baixo desempenho motor;
- aumento na utilização de estimulantes como cafeína, álcool e nicotina;
- sonolência diurna excessiva;
- redução da atenção;
- aumento do humor depressivo e ideações suicidas;
- impactos na autoimagem, autodisciplina e motivação do aluno;
- impactos em suas notas e oportunidades futuras de carreira.
Intervenções possíveis
Dessa forma, pesquisadores de todo o mundo vêm buscando formas capazes de intervir na privação do sono adolescente.
Dentre as intervenções realizadas, estudos com programas de educação na higiene do sono apresentam pouco ou nenhum resultado na tentativa de ampliar a quantidade e a qualidade do sono adolescente. É preciso que o adolescente tenha intenção para melhorar seus hábitos de sono, mas muitos não se sentem motivados ou percebem os benefícios de dormir adequadamente.
Estudos nos cinco continentes tem verificado que atrasar o horário de início das aulas durante o período matutino pode ser uma medida eficaz para diminuir os efeitos do atraso de sono nos adolescentes, de forma que possam ir dormir quando sentirem sono (ainda que seja tarde) e possam dormir as horas de sono recomendadas para a sua faixa etária, sem precisar acordar mais cedo por obrigação.
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