A meditação é uma prática oriental secular que vem sendo aplicada atualmente tanto nos âmbitos pessoal e profissional, seja para otimizar os resultados, promover qualidade de vida e bem estar ou desconectar-se do fluxo de informações. De igual forma, a hipnose é uma prática que visa o alívio ou a cura de sintomas através de um estado alterado de consciência. Mas qual será a diferença entre ambas?
O problema da consciência
A consciência é uma experiência subjetiva difícil de definir. Por isso, muitos pesquisadores vêm investindo em sair da observação apenas objetiva das experiências e explorar mais o subjetivo de cada indivíduo. A consciência é definida como a total percepção de pensamentos, memórias, sentimentos e experiências de que nos damos conta lucidamente.
Mas não se limita a isso: milhares de estímulos estão presentes em nosso dia a dia, e em geral, temos apenas uma parcela de percepção de tudo o que acontece, por isso, alguns pesquisadores vêem a consciência como uma espécie de atenção seletiva. Somado a isso, reagimos a diversos estímulos sem estar propriamente conscientes deles, como um odor ou uma emoção dada em certa situação.
O conceito geral é que a consciência não é apenas um ou outro constructo, mas uma série de níveis em uma escala de percepção, ao que chamamos de níveis de consciência.
No nível consciente, processamos informação, nos concentramos e resolvemos problemas. Em níveis subconscientes, sonhamos acordados ou fantasiamos e muitas vezes agimos de forma que traz arrependimento posterior.
Estados alterados de consciência
Existem os chamados estados alterados de consciência como, por exemplo, os sonhos, os quais geralmente precisamos nos concentrar para lembrar sobre o que sonhamos. Alucinações também são consideradas um estado alterado de consciência, e elas podem ser de ordem visual (ver coisas), auditiva (ouvir vozes), olfatória (cheiros e odores), gustatória (sabores) ou somatossensoriais (toque).
Na hipnose, acredita-se que é possível o indivíduo experimentar mudanças naquilo que ele vê, ouve e sente, até mesmo o que pensa e como se comporta. O nível de sugestionabilidade à hipnose varia de indivíduo para indivíduo e essas mudanças variam de acordo com a eficácia do tratamento. O estado hipnótico parece ser uma divisão na consciência, quando algumas partes estão conscientes e outras parecem inacessíveis. Durante o estado hipnótico, indivíduos podem ter alucinações positivas (momentos em que vê algo que não está realmente presente ou acontecendo) e alucinações negativas (não vê coisas que estão presentes ou acontecendo) como é o caso de indivíduos que não submergem do transe de forma adequada. As sugestões precisam ser direcionadas para o indivíduo ir recobrando a consciência normal ao sair do aprofundamento, pois este pode sair do transe achando que está no ano que relembrou durante a sessão, ou que tem superpoderes como os heróis que menciona em sua sessão.
Meditação
Embora hoje a meditação esteja sendo muito comentada para trazer mais qualidade de vida a indivíduos em suas vidas pessoais e profissionais, a maioria das pessoas pode desconhecer a meditação ainda mais do que a hipnose.
A meditação é um processo de retornar a atenção para dentro com o objetivo de se tornar mais consciente, lúcido, do momento presente e das percepções, pensamentos, emoções e sensações corporais. Um exemplo de meditação focada no agora é o mindfulness, também conhecido como atenção plena. Pessoas que meditam e praticam manter o foco no presente relatam que estar consciente do que acontece dentro de si provoca insights e curas internas.
Tradicionalmente praticada pela yoga, um sistema de pensamento baseado na religião Hindu, muitas pesquisas atuais interessaram-se por estudar os mecanismos da meditação.
O estado meditativo se aproxima de um estado de auto-hipnose que supostamente leva o meditador a se tornar mais relaxado e ganhar controle sobre seus pensamentos. Relatos também existem de sentimentos de harmonia e paz interna são feitos por pessoas que meditam.
Ao iniciar, o meditador é instruído a não fazer nada, pensar nada, relaxar completamente e se desligar do corpo e da mente. Dessa forma, podem acessar o intenso fluxo de pensamentos sem submergir a eles. Verificar o que está acontecendo e deixar o fluxo seguir, sem se apegar a nenhum dos pensamentos no caminho.
A recomendação para início é meditar por cerca de 20 minutos durante a manhã, antes de iniciar as atividades, e novamente no fim do dia, antes de dormir. No entanto, a meditação pode ser realizada em qualquer momento.
Hipnose e meditação
Podemos considerar a hipnose e a meditação como processos e estados de consciência.
Durante o transe hipnótico, a pessoa hipnotizada vive um estado de atenção focada intensa, assim como durante a meditação o indivíduo está focado no momento presente. Em ambas as atividades, o indivíduo abre mão de controlar o que sente e pensa. Na meditação, deixamos pensamentos e sentimentos apenas virem e irem, naturalmente. Já na hipnose, somos direcionados a pensar e sentir de certa forma pelo hipnólogo.
No processo da hipnoterapia, quem direciona as vivências da pessoa hipnotizada é o hipnólogo, já na meditação a própria pessoa direciona a sua atenção. Ou seja, ambas produzem uma experiência diferente das experiências típicas do dia a dia. A hipnose faz as pessoas perceberem ou acreditarem em coisas de uma forma que tipicamente não perceberam ou acreditaram. A meditação faz com que as pessoas se sintam relaxadas e com isso, promova mudanças internas conscientes.
Embora saibamos que ambos os estados, hipnose e meditação, sejam estados alterados de consciência, algumas perguntas ainda seguem sem resposta, como: será que a suscetibilidade para ser hipnotizado é algo duradouro em cada indivíduo? A hipnose é um produto da situação? A hipnose é um caso de consciência dividida? Existem diferenças entre os indivíduos que escolhem meditar e as pessoas suscetíveis à hipnose?
Por fim, a hipnose e a meditação têm em comum o estado alterado de consciência e o foco ampliado na experiência interna com a finalidade de trazer benefícios à saúde biopsicossocial do indivíduo.
Uma é guiada pelo hipnólogo e a outra é guiada pela própria pessoa, observadora de seu fluxo interno.
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