Entenda o transtorno do espectro autista

17/08/2021 às 22:37 Hipnose

Entenda o transtorno do espectro autista

Pesquisas recentes têm focado no entendimento do transtorno do espectro autista, visando promover mais qualidade de vida a estes indivíduos. Você conhece esse transtorno? Vem dar uma olhada!

O que é o Transtorno do Espectro Autista?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um grupo de distúrbios do neurodesenvolvimento de início precoce, caracterizado por comprometimento das habilidades sociais e de comunicação, além de comportamentos estereotipados. Tais indivíduos podem apresentar uma série de comorbidades como hiperatividade, distúrbios do sono e gastrointestinais, e epilepsia.

Estima-se que o TEA afete 1% da população e seja quatro vezes mais prevalente entre homens do que entre mulheres. Embora se acredite que fatores ambientais, como infecções ou o uso de determinados medicamentos durante a gestação, tenham papel no desenvolvimento do transtorno, estima-se que o TEA seja hereditário em cerca de 50 a 90% dos casos, o que demonstra a importância dos fatores genéticos na patogênese da doença.

Dentre os primeiros sinais do TEA, já se pode detectar os primeiros sinais entre os doze e vinte e quatro meses de vida da criança. O desenvolvimento inicial da fala é tardio ou pouco desenvolvido, e em alguns casos, pode apresentar regressões.

Incidência do TEA

A incidência de casos de autismo tem crescido de forma significativa em todo o mundo, especialmente durante as últimas décadas. Em vários países, como nos Estados Unidos, a média de idade das crianças diagnosticadas tem sido de 3 a 4 anos, mas, ainda assim, muitos pais já começam a notar que existe algum problema com a sua criança antes do segundo ano de vida e, em alguns casos, até no primeiro ano de vida da criança. Desse modo, tem se tornado cada vez mais possível diagnosticar crianças com idades entre 18 e 24 meses ou até mesmo mais novas entre 6 e 12 meses.

Problemas comportamentais

Crianças com autismo frequentemente apresentam problemas de comportamento, muitas vezes bastante severos, que podem incluir a hiperatividade, dificuldade de prestar e/ou manter atenção, atenção hiperseletiva (tais como a tendência a prestar mais atenção nas partes/detalhes do que no todo) e impulsividade, bem como comportamentos agressivos, autodestrutivos, perturbadores e destrutivos.

Problemas sensoriais

É bastante comum se observar em crianças autistas respostas sensoriais e perceptuais peculiares, incluindo hiper ou hiposensibilidade a estímulos sonoros, visuais, táteis, olfativos e gustativos, além de alto limiar para a dor física e um medo exagerado de estímulos ordinariamente considerados inofensivos.

Problemas médicos

Problemas gastrointestinais são frequentemente observados em crianças autistas, incluindo episódios recorrentes de diarréia e/ou constipação, além de refluxo, alergias ou intolerâncias alimentares, problemas severos de alimentação e do sono como insônia, entre outros.

Avaliação psicológica do TEA

A avaliação psicológica talvez seja um dos elementos mais úteis durante o processo diagnóstico, pois fornecerá informações detalhadas acerca do funcionamento cognitivo e adaptativo da criança, o que é essencial para a formulação de um plano de intervenção individualizado. Diferentes testes podem ser utilizados para avaliações psicológicas, como escalas de aprendizado que oferecem uma estimativa da atuação da criança em diferentes áreas do desenvolvimento, como processamento de informações visuais, habilidades motoras refinadas e grosseiras e linguagem receptiva e expressiva.

Para crianças mais velhas pode-se utilizar testes de inteligência como a Escala de Inteligência para Crianças de Wechsler (WISC-IV), entre outras que oferecem uma estimativa do funcionamento cognitivo geral da criança.

Devido ao fato de a maioria das crianças autistas possuírem dificuldades marcantes com a compreensão e o uso de linguagem verbal, tais crianças podem ter seu desempenho nos testes pelo menos parcialmente afetado pela sua inabilidade em compreender as instruções do examinador. Esse tipo de problema tem sido geralmente compensado com a utilização de testes não-verbais.

Outras mensurações

Também podem ser realizadas mensurações das habilidades adaptativas da criança (como atuação independente da criança em áreas diversas, incluindo habilidades físicas, comunicativas, sociais, de cuidados pessoais, domésticas, comunitárias e vocacionais), parte das avaliações psicológicas em crianças autistas. Os testes são realizados em forma de entrevistas ou questionários para os pais ou responsáveis pela criança.

Intervenção precoce

Assim, em muitos casos quando a criança é diagnosticada em idade precoce e recebe intervenções adequadas, ela pode eventualmente atingir níveis de desenvolvimento e aprendizado mais apropriados para a sua faixa etária e não mais recebe um diagnóstico de retardo mental, ou seja, a implementação de intervenções pode, em alguns casos, acelerar a velocidade de aprendizado e desenvolvimento da criança a tal ponto que ela venha a atingir níveis apropriados para a sua faixa etária. De maneira geral, são os pais e familiares que identificam os primeiros sinais e sintomas do transtorno. Dessa forma, caso o familiar identifique algum comportamento atípico a indicação é investigar o caso com uma equipe multidisciplinar em saúde.

Visão atual do autismo

Atualmente, o autismo não é considerado uma doença, por não ter um caráter mórbido consumptivo que pode levar a algum tipo de degeneração física ou mesmo eventual morte. É uma perspectiva que reconhece o paradigma da neurodiversidade e vê o autismo como uma diferença que caracteriza a singularidade do sujeito e não uma doença. Busca-se ver o autismo sem associá-lo a uma ideia de falta de saúde, embora a pessoa autista necessite muitas vezes de um trabalho de reabilitação que leve a um melhor convívio social, adequação às atividades acadêmicas, qualidade de vida e ampliação de sua resiliência.

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Referências:

GRIESI-OLIVEIRA, K. & SERTIÉ, A.L. Transtornos do espectro autista: um guia atualizado para aconselhamento genético. Einstein. 2017;15(2).

MIELE, F.G. & AMATO, A.H. Transtorno do espectro autista: qualidade de vida e estresse em cuidadores e/ou familiares - revisão de literatura. Cad. Pós-Grad. Distúrb. Desenvolv. 2016;16(2).

SILVA, M. & MULICK, J.A. Diagnosticando o transtorno autista: aspectos fundamentais e considerações práticas. Psicol. cienc. prof. 2009;29(1).


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 14 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 20 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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