Como dizer o que é preciso ser dito para alguém sem deixar de ser empático? Como dar feedbacks duros sem que a pessoa sofra tanto com isso? Infelizmente, muito no intuito de proteger a pessoa, não somos transparentes e sinceros naquilo que queremos expor, o que, consequentemente, impede que a pessoa se abra para diálogos sinceros e para mudanças que são necessárias.
Muitas vezes, gestores acabam demitindo alguém por uma relação que ficou desgastada por não alinharem pontos importantes. O mesmo acontece com relacionamentos amorosos.
Neste contexto, cabe falarmos sobre a empatia assertiva. Um termo que se popularizou em decorrência do livro “Empatia assertiva - Como ser um líder incisivo sem perder a humanidade”, da escritora Kim Scott, e que o IBND (Instituto Brasileiro de Neurodesenvolvimento) traz para discussão neste conteúdo.
Vamos acompanhar? Boa leitura!
Empatia assertiva: definição
Se podemos entender a empatia como a capacidade intencional de se colocar no lugar do outro, entendendo como ela enxerga, pensa ou age a partir do ponto de vista dela, a palavra “assertiva” abre para nós uma linha de pensamento bastante interessante: nem sempre conseguimos ser empáticos efetivamente pois não somos assertivos ao empatizar com alguém.
Afinal, pense em quantas vezes alguém tentou lhe dizer algo difícil sem machucá-lo e o efeito foi totalmente o oposto.
Para Kim Scott, ex-executiva tanto da Apple quanto do Google, a empatia assertiva é junção de dois conceitos:
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Ir além do profissional e se importar pessoalmente: como líder, não basta apenas se preocupar com a capacidade profissional das pessoas. É preciso se importar com o lado humano do time.
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Conseguir dar feedbacks difíceis e confrontar diretamente: dizer às pessoas aquilo que ela não quer ouvir, como que ela não conseguirá aquela promoção que tanto almejava, pode ser difícil, mas também é uma grande oportunidade de mostrar que você, líder, se importa com ela.
Modelos de feedback: qual você tem usado?
Para exemplificar ainda melhor a empatia assertiva, vamos usar um caso bastante comum no ambiente de trabalho. Digamos que a Maíra (gestora) percebeu que o Sílvio (liderado) teve uma baixa de produtividade nos últimos meses, não confere as informações e o número de erros passou a aumentar, afetando, muitas vezes, o cliente.
Diante dessa situação, como a Maíra poderia agir? Segundo o livro que aqui estamos utilizando como base, existem 4 formas:
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Empatia Nociva: o gestor não comenta nada por receio de ferir os sentimentos do seu liderado.
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Insinceridade Manipuladora: o gestor não comenta nada preocupado com os seus próprios sentimentos - o que ele pensará de mim? Vou me indispor com ele.
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Agressividade Ofensiva: o gestor comenta a situação de forma agressiva, sem pensar nos sentimentos do liderado e nas situações que ele pode estar vivendo e que pode estar se refletindo na qualidade do seu trabalho.
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Empatia Assertiva: o gestor aponta aquilo que incomoda, mostrando a preocupação com o liderado, buscamos entender o que está acontecendo, demonstrando a importância do funcionário e se colocando à disposição para ajudá-lo para que os erros não aconteçam mais.
Estratégias de implementação da empatia assertiva
Trazendo tudo isso para o dia a dia, Kim Scott aborda os principais pilares da empatia assertiva e como trabalhá-los. Vejamos a seguir:
Seja você mesmo e trabalho seu autoconhecimento
As esferas da vida são interdependentes - se uma coisa vai mal na vida pessoal, é muito difícil manter a vida profissional funcionando perfeitamente. Por isso, é importante conhecer e saber o que importa para cada pessoa, para entender como isso pode impactar os resultados e o seu dia a dia.
Ao líder, é fundamental buscar conhecer a nível pessoal a sua equipe, bem como ser aberto e mostrar o seu próprio lado pessoal no trabalho também.
Construa relações assertivamente empáticas
O autoconhecimento nos ajuda a nos sentirmos mais confiantes e confortáveis para se abrir no ambiente de trabalho, para ser vulnerável e não ter medo de mostrar fraquezas ou dificuldades, e isso é fundamental na construção de relações.
E como construir relacionamentos assertivamente empáticos? Aqui vão algumas dicas:
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Busque sempre estar disponível;
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Procure se conectar com as pessoas;
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Sempre que possível tente ajudar;
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Ouça com atenção.
Receba, dê e encoraje o feedback
O livro de Kim Scott fala muito sobre o feedback como a base dos relacionamentos e do desenvolvimento no trabalho. Por isso, é importante estar aberto para receber feedbacks de todos os níveis, dar feedbacks sem medo e incentivar sua equipe a fazer o mesmo sempre que for necessário.
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