A pandemia abalou as estruturas sociais de muitas maneiras. Todos tiveram que se adaptar para continuar a trabalhar e se manterem vivos ao mesmo tempo. Modificações nas configurações sociais, econômicas e tecnológicas, além de pessoais e comunitárias precisaram ser repensadas. Uma das formas pensadas para minimizar a exposição dos funcionários ao coronavírus é o home office. Vamos ver as vantagens e desvantagens desse modo de trabalho.
Pandemia
Em decorrência da pandemia do coronavírus, uma série de medidas foram adotadas para combater o vírus. Muitas empresas para adequar-se a essas diretrizes tiveram que suspender total ou parcialmente suas atividades, ou quando possível, operar na modalidade de home office.
Trabalhadores que já se encontravam em condições desfavoráveis, tais como jovens, pretos, mulheres, pessoas pouco escolarizadas e informais, foram mais afetados pela crise, sendo que muitos perderam o emprego e a renda em proporções maiores do que os grupos privilegiados. A crise produzida pela pandemia tem agravado o desemprego e a precarização do trabalho nas últimas décadas, sendo que em 2020 o índice de desemprego chegou a 33%, o que se traduz em 3,4 milhões de pessoas sem emprego.
O que é o home office?
Do inglês “trabalho em casa”, o home office é uma modalidade de trabalho que insere em um espaço, sem tamanho ou propriedades definidas, destinado somente a atividades profissionais e localizado na residência do trabalhador, sendo facultativo o uso de tecnologias informacionais para a realização de tais atividades. Essa modalidade de trabalho pode ser definida como atividades realizadas em espaços diferentes dos escritórios centrais, sendo a integração entre os profissionais mediada por tecnologias digitais como smartphones, laptops e computadores, entre outros.
Dentre as vantagens do home office estão a redução dos custos em geral e com o transporte casa-trabalho. Como desvantagens estão a tendência à superindividualização do trabalho, isolamento profissional e aumento de horas dedicadas ao trabalho.
Mudança repentina
Cerca de 46% das empresas adotaram o regime de trabalho em casa durante a pandemia, além de 33% terem adotado o regime parcial de trabalho em casa, mas muitas empresas têm dificuldade de implantar o sistema e orientar seus funcionários. A adoção repentina do home office durante a quarentena obrigou profissionais e suas famílias a adaptarem-se à nova realidade: os trabalhos domésticos se intensificaram devido à ausência de serviços habitualmente contratados, escolas e universidades passaram a ter conteúdo ministrado através de plataformas digitais, os encontros sociais e atividades físicas passaram a ser feitos à distância. Tais mudanças trouxeram diversos impactos na vida profissional dos brasileiros.
Nem todos os profissionais se adaptam ao modelo home office, pois este requer autodisciplina, organização, autonomia e prazer em trabalhar sozinho.
Home office e direito do trabalhador
Autores afirmam que desde que o funcionário esteja subordinado a um empregador ou respaldado por uma empresa, há para todos os efeitos um regime de leis de trabalho. Geralmente o trabalhador de home office responde aos superiores em sua empresa tal como se estivesse inserido fisicamente no ambiente laboral, sem distinção legal do trabalho considerado formal, seja em relação ao salário ou aos benefícios, sendo concedidos de forma igualitária, as férias e o 13º salário, assim como as demais gratificações. No entanto, muitas vezes o trabalho home office se caracteriza por informalidade nos contratos de trabalho, o que tem gerado a precarização do trabalho.
Precarização do trabalho
Muitos funcionários relatam dificuldades para se adaptar ao novo regime de trabalho em casa. As queixas vão desde a sobrecarga de trabalho com a soma das tarefas de casa até a tensão em manter o nível de rendimento diante das exigências atuais, as quais não estamos acostumados. Estresse crônico, impossibilidade de descanso, além de muitos profissionais terem espaços misturados em casa (não possuem escritório próprio ou mesmo condições ergonômicas saudáveis de trabalho, como cadeira funcional e computador e internet adequados).
A exposição promovida por videoconferências também pode deixar os profissionais do home office estressados e há a dificuldade para lidar com diversas demandas. O cansaço da conexão virtual não é a única consequência desse tipo de trabalho: essas pessoas comem cada vez mais e pior. Passam cerca de 10 horas na frente do computador, que pode gerar dores nas costas e articulações e modifica sua rotina de exercícios físicos.
Como estabelecer limites saudáveis para o home office:
- Procure criar um espaço específico, mesmo que seja em sala comum, para focar no seu trabalho;
- Faça pausas durante o dia para renovar as funções cognitivas;
- Estabeleça horário específico para o trabalho;
- Não negligencie as refeições diárias;
- Tire um espaço para se movimentar, alongar e caminhar;
- Beba bastante água;
- Durma a quantidade de horas adequadas;
- Não caia na tentação de trabalhar a mais para compensar o outro dia;
- Crie uma rotina própria de trabalho;
- Esteja em contato com o seu corpo e valorize como se sente.
A adequação a esse novo ambiente de trabalho pode ser desafiador, principalmente no que diz respeito a se desligar do trabalho estando constantemente no mesmo ambiente e promover qualidade de vida própria. Uma forma de lidar com as repercussões psicológicas do home office pode ser a busca pela psicoterapia e por técnicas que promovam o relaxamento, maior resiliência e o foco mental flexível.
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Referências:
LEMOS, A.H.C. et al. Mulheres em home office durante a pandemia da covid-19 e as configurações do conflito trabalho-família. Rev. adm. empres. 2020;60(6).
MELLO, D. Home office foi adotado por 46% das empresas durante a pandemia. Agência Brasil. 2020.
Psicovida. Bem-estar no trabalho em tempos de pandemia: um guia para profissionais em home office. 2020.
RAFALSKI, J.C. & ANDRADE, A. L. Home-office: aspectos exploratórios do trabalho a partir de casa. 2015; 23(2).
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