Na correria do dia a dia, é comum esquecermos alguma coisa ou a palavra que íamos dizer. Mas quando será que estes esquecimentos tomam forma danosa? Veja só!
O que é demência?
A demência é uma síndrome clínica de deterioração das funções corticais superiores, incluindo memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e julgamento ou discernimento. Ela é severa o suficiente para interferir nas funções sociais e ocupacionais do indivíduo. A “deterioração” implica a redução de habilidades previamente conhecidas e estabelecidas.
Na fase inicial, a doença pode passar de forma despercebida. Ocorrem lapsos de memória, que muitas pessoas conseguem compensar ou disfarçar por meio de estratégias como o uso de agendas ou outras formas de auxílio à memória. No entanto, a pessoa passa a ter dificuldades progressivas para tomar decisões e fazer planos, ficando cada vez mais lenta ao falar e compreender, perdendo progressivamente a capacidade de manter a atenção, ter iniciativas e fazer cálculos. Dessa forma, o indivíduo passa a evitar a interação social, e situações de pânico causadas por lapsos de memória podem ocorrer, pois a pessoa fica subitamente desorientada.
O diagnóstico da demência é feito com base nas características do processo demencial, que evolui em degraus, com distribuição das alterações cognitivas de forma desigual, sintomas e sinais neurológicos focais e evidências de doença neurológica pelo exame físico, anamnese e exames de imagem cerebral.
Causas da demência
A demência tem causas primárias e secundárias. Dentre as causas primárias temos as doenças de Alzheimer, Pick, Huntington, Parkinson, paralisia supranuclear progressiva, degeneração espino-cerebelar, calcificação idiopática dos gânglios da base, degeneração estriatonigral, xantomatose cérebro-espinhosa, leucodistrofia metacromática e outras.
Já nas causas secundárias temos os acidentes vasculares cerebrais, traumatismos, condições intracranianas, distúrbios endócrinos e metabólicos, estados de deficiência de vitamina B12, vitamina B6 e ácido fólico, infecções, intoxicações e desordens psiquiátricas como esquizofrenia, mania e alcoolismo.
Alguns pesquisadores afirmam que o comprometimento vascular-cerebral é a segunda maior causa de demência, ocorrendo em cerca de 30% das pessoas afetadas.
Fases da demência
A literatura traz uma divisão de três fases do processo demencial, dentre elas:
- Estágio inicial: estão presentes anomia, pobreza de vocabulário, dificuldade de aprendizado e memória, dificuldade construcional, julgamento ou discernimento empobrecido, embora as funções motoras e sensoriais continuem normais.
- Estágio intermediário: ocorre a contínua redução de todas as funções intelectuais, afasia com erros parafásicos (substituição incorreta ou sem sentido), compreensão pobre, memória recente e remota bastante reduzida, capacidade de cálculo e cópia prejudicados. Sintomas depressivos são comuns, com agitação e perambulação. Funções motora e sensorial se mantêm intactas.
- Estágio final: perda total das habilidades cognitivas, ocorrendo o mutismo, polilalia (repetição) e ecolalia, além da incontinência fecal e urinária. Os membros se tornam rígidos, flexionados e pode ocorrer mioclonia.
Tipos de demência
A demência é um conjunto de quadros caracterizados como síndromes demenciais, onde ocorrem o déficit progressivo na função cognitiva, com ênfase na perda de memória e interferência nas atividades sociais e ocupacionais. Dentre os tipos de demência, podemos listar:
- Doença de Alzheimer: corresponde a cerca de 60% de todas as demências, se tornando a principal causa de demência.
- Demência vascular: as demências devido a doenças cerebrovasculares correspondem à segunda maior causa de demência.
- Demência mista: é a ocorrência simultânea de Doença de Alzheimer e Demência Vascular.
- Demência por corpúsculos de Lewy: acomete cerca de 20% dos pacientes com demência, com declínio cognitivo flutuante, alucinações visuais e sintomas extrapiramidais.
- Demência frontotemporal: marcada pela disfunção dos lobos frontais e temporais, geralmente associada à atrofia dessas estruturas e corresponde a cerca de 10 a 15% dos casos de demência degenerativa.
- Dentre outras como Doença de Huntington, Doença de Creutzfeldt-Jakob e demências reversíveis raras.
Tratamento das demências
Quando o processo demencial é secundário, busca-se o tratamento da doença de início, assim como o acompanhamento, a avaliação da melhora e a evolução do caso. Quando a causa não é tratável, investe-se no acompanhamento das doenças concomitantes, como hipertensão arterial, diabetes, disfunção tireoidiana e outras, na tentativa de retardar o processo demencial. O tratamento deve ocorrer com uma equipe multiprofissional que promova o engajamento do paciente em seu tratamento, sua resiliência ao buscar qualidade de vida e sua motivação para continuar mesmo quando os sintomas são difíceis.
Lado emocional da demência
A perda de informações recentes na memória, as dificuldades para socializar e manter as funções diárias básicas acaba levando a momentos de grande angústia e agitação, tanto para quem está desenvolvendo a doença, como para o cuidador. A depressão é comum em estágios intermediários e avançados da doença, pois como a pessoa ainda está lúcida, percebe seu estado mental se deteriorando. Isso causa muita tristeza, o que se manifesta em crescente isolamento e afastamento familiar.
O sofrimento da família em conjunto com o paciente, pois muitos pacientes eram bem ativos no passado e podem sentir a necessidade de caminhar e de realizar as tarefas por si próprio. A crescente dependência da família para os cuidados integrais pode sobrecarregar os cuidadores e levar ao adoecimento familiar.
Como prevenir as demências?
Dentre as estratégias de prevenção das demências, algumas recomendações podem ser dadas, tais como:
- Manter a pressão arterial no máximo em 130 mm Hg a partir dos 40 anos de idade;
- Incentivar o uso de aparelhos auditivos para reduzir a perda da audição;
- Reduzir a exposição à poluição do ar e fumo de produtos de tabaco;
- Prevenir lesões na cabeça;
- Evitar o uso nocivo de álcool;
- Proporcionar educação a respeito da prevenção das doenças neurodegenerativas;
- Levar uma vida ativa mesmo após a meia idade;
- Reduzir a obesidade e diabetes;
- Regular o sono;
- Praticar atividades cognitivas que exercitem a memória, as funções executivas e motoras.
E você, ficou interessado em aprender novas técnicas para promoção de saúde e bem estar? Aprenda Hipnose Clínica sem sair de casa!
Terapeuta e hipnólogo, você busca uma ferramenta para potencializar os resultados com seus pacientes e, assim, gerar mais satisfação? Deseja ressignificar fobias e traumas? Quer utilizar os recursos da mente a seu favor? Faça nosso curso de hipnose online!
Referências:
SANTOS, C.S. et al. Fatores associados à demência em idosos. Ciênc. saúde coletiva. 2020;25(2).
Conheça mais:
Gostou de nosso post? Compartilhe: