Controle inibitório: o que é e como trabalhá-lo?

06/10/2021 às 22:07 Hipnose

Controle inibitório: o que é e como trabalhá-lo?

Não é de hoje que o cérebro humano é foco de inúmeros estudos sobre sua composição, divisões e formas de funcionamento. Há tempos atrás pouco se sabia e buscava-se estudar sobre o lobo frontal e suas reais funções. Mas atualmente, vários estudos e pesquisas neurocientíficas comprovam que o córtex pré-frontal é o principal responsável por habilidades cognitivas bem elaboradas. 

Este conjunto de habilidades conhecidas como funções executivas, servem para coordenar o pensamento, a emoção e a ação, sendo indispensável para que possamos traçar metas na busca de objetivos definidos. 

Tais processos cognitivos executivos envolvem a atenção, a memória, o planejamento, a flexibilidade e o controle inibitório, funções (como sabemos) essenciais para o processo de aprendizagem. Contudo, essas habilidades não amadurecem junto com o crescimento do ser humano, e necessitam ser estimuladas e desenvolvidas com o passar do tempo. 

Muito se fala de algumas dessas habilidades, porém, sobre o controle inibitório pouco se ouve falar, mesmo sendo ele primordial para o sucesso das relações interpessoais e do aprendizado, pois é o que permite ao ser humano controlar seus impulsos e pensamentos. 

O controle inibitório no processo de aprendizagem 

Do momento em que acordamos até a hora em que nos deitamos para dormir, necessitamos fazer uso do controle inibitório para nos corrigirmos, para aprendermos e para convivermos em sociedade de maneira pacífica e adequada.

Mas será que as crianças estão sendo estimuladas para a aquisição desta habilidade? Se o córtex pré-frontal só é plenamente formado no início da vida adulta e o controle inibitório se desenvolve nesta área, é possível estimular tal habilidade numa criança?

A inibição é uma das funções cognitivas mais usadas por nós seres humanos. É ela que nos permite ficar calados quando queremos dizer algo, mas sabemos que não devemos. É ela que nos ajuda a ficarmos quietos e sentados na sala de aula ou durante uma palestra. É o que nos ajuda a estudar ou trabalhar, mesmo quando estamos entediados. 

Note, portanto, que o controle inibitório está diretamente ligado à atenção, uma vez que ele nos ajuda a manter o foco em alguma coisa, mesmo que não tenhamos vontade. 

Em resumo, o controle inibitório pode ser avaliado de três formas distintas:

  1. Motor: quando, por exemplo, uma criança não consegue ficar sentada para prestar atenção a aula ou a um filme;
  2. Atencional: quando, por exemplo, estamos desenvolvendo uma atividade mas somos facilmente distraídos por algo;

  3. Comportamental: quando não conseguimos controlar algumas atitudes impulsivas, como esperar a sua vez de falar.

É muito comum encontrarmos esse tipo de comportamento inadequado em crianças, principalmente na primeira infância. Contudo, mesmo que a região do córtex pré-frontal só termine de ser estruturada completamente na idade adulta, desde bem pequeno devemos ser estimulados a desenvolver habilidades executivas, como é o caso do controle inibitório. 

O nosso cérebro possui capacidade para desenvolver diferentes habilidades em cada fase da vida. Todavia, muitas vezes tais habilidades não são estimuladas e acabam por formar adultos sem condições de autocontrole perante as situações do cotidiano, o que, consequentemente, pode acarretar, desde cedo, em problemas emocionais, sociais, comportamentais e cognitivos. 

O teste de Marshmallow: autocontrole infantil

Conduzido pelo psicólogo Walter Mischel na década de 70, o “teste de marshmallow” realizado com centenas de crianças em torno dos 4 anos de idade tinha como objetivo testar o autocontrole infantil. 

O teste consistia em colocar a criança sentada em frente a uma mesa com um marshmallow em cima, sendo dada a instrução de que ela poderia comê-lo a hora que quisesse. Porém, se espera-se que o pesquisador saísse e retornasse após 15 minutos, sem ter comido o doce, ela ganharia mais um. 

Algumas crianças, as mais impulsivas, não conseguiram esperar e comeram o  doce. Porém, muitas outras conseguiram se conter e inibir os impulsos. O que prova que é plenamente possível treinar habilidades de autocontrole em crianças pequenas.

Mas o teste não parou por aí. Passados alguns anos, os pesquisadores voltaram a entrar em contato com os pais das crianças e descobriram que aquelas que tiveram menos autocontrole na testagem, tornaram-se jovens problemáticos e com baixo rendimento acadêmico, enquanto as crianças que demonstraram autocontrole, obtiveram sucesso acadêmico. 

Desta forma, podemos constatar que o adulto que a criança irá se tornar no futuro depende diretamente do que ela constrói desde a infância, ou seja, dos estímulos positivos e negativos.

Como estimular o controle inibitório desde a primeira infância?

O controle inibitório, como agora já sabemos, refere-se à capacidade de inibir comportamentos em detrimentos de outros. É também a habilidade de filtrar nossas ações e pensamentos, controlar impulsos (como no teste de marshmallow), eliminar distrações e parar e pensar antes de agir. 

É graças ao controle inibitório que você consegue prestar atenção ao ler este artigo. E, portanto, esta habilidade executiva possui um grande papel no desempenho escolar. Mas como estimular tal habilidade?

Estimular o controle inibitório é muito mais simples do que você pensa. Jogos de bola como a Queimada onde é necessário muita atenção, monitoramento constante, remoção de distrações, aplicação de regras, tomada de decisão rápida e controle de impulsos são excelentes jogos para crianças um pouco maiores. 

Outros jogos de tabuleiro como xadrez e dama envolvem decisões estratégicas e, portanto, exigem que a criança aprenda e aplique as regras, faça planejamentos a curto e longo prazo, antecipe jogadas, imagine possíveis jogadas oponentes e adapte sua estratégia ao longo do jogo. 

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Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 14 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 20 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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