O relatório das Nações Unidas de 2015 relatou que a população urbana mundial já é maior do que a rural, visto que 54% dos habitantes vivem nas cidades, dados crescentes se comparados com os 30% dos anos 1950. As previsões ainda continuam nesse sentido, sendo estimado que em 2050 apenas 34% da população viverá em áreas rurais.
Urbanização
O processo de urbanização traz importantes transformações nas áreas econômicas e sociais, tais como:
- Maior mobilidade geográfica;
- Aumento na expectativa de vida;
- Envelhecimento da população;
- Redução nas taxas de natalidade;
- Diminuição dos índices de pobreza;
- Maior acesso à educação e aos sistemas de saúde;
- Mais oportunidades de participação cultural e política.
No entanto, o rápido crescimento populacional e a ausência de planejamento adequado para a ampliação das áreas urbanas resultam em deficiências estruturais, modelos de produção e consumo não sustentáveis, maiores níveis de poluição, degradação ambiental e desigualdades econômicas e sociais. Dessa forma, o crescimento desenfreado traz desafios para o desenvolvimento sustentável nessas regiões concentradas.
Assim, as cidades são consideradas sistemas complexos caracterizados pela interconectividade de cidadãos, empresas, meios de transportes, redes de comunicação, serviços e utilidades.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial crescerá em mais de 2 bilhões de pessoas nos próximos 40 anos, ultrapassando o patamar de 9 bilhões de habitantes e mais de 65% deles viverão em cidades. Essa dramática aglomeração representa desafios para a gestão pública.
Cidades inteligentes
Visando criar novas soluções aos problemas existentes e melhorar os serviços providos aos cidadãos, se pensou nas cidades inteligentes. Seu principal objetivo é promover melhor uso dos recursos públicos, aumentando a qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos, enquanto reduz os custos operacionais da administração pública. Uma cidade é considerada inteligente quando os investimentos em capital humano e social, infraestrutura de comunicação tradicional (transporte) e moderna impulsionam o crescimento econômico sustentável e uma alta qualidade de vida, com uma gestão inteligente dos recursos naturais, por meio de governança participativa.
Tornar uma cidade inteligente está emergindo como estratégia para mitigar os problemas criados pelo crescimento da população urbana e a rápida urbanização.
Segundo autores, as cidades estão se tornando inteligentes através da automação de serviços rotineiros que atendem pessoas, edificações e sistemas de gestão e outros que permitem monitorar, compreender, analisar e planejar seu desenvolvimento, aumentando a eficiência, os investimentos e a qualidade de vida dos cidadãos em tempo real.
Desenvolver uma cidade inteligente está associado a mudanças políticas, econômicas e socioculturais mediadas pela tecnologia da informação e comunicação.
Atributos das cidades inteligentes
Existem alguns atributos das cidades inteligentes, tais como:
- Utilização da tecnologia da informação e comunicação (serviços disponíveis na Internet, smartphones, redes de telecomunicações etc.) para melhorar a eficiência político-econômica e possibilitar o desenvolvimento social, cultural e urbano;
- Ênfase no desenvolvimento urbano orientado aos negócios, ou seja, favorecimento de espaços urbanos neoliberais que fomentem a atração de novos negócios;
- Disponibilização de serviços públicos que se beneficiam do uso da TIC e inclusão social dos cidadãos para que todos tenham acesso aos mesmos;
- Enfoque no setor de alta tecnologia e nas empresas criativas para estimular o crescimento urbano de longo prazo. Segundo os autores, a presença de uma força de trabalho criativa e competente nas economias globalizadas e intensivas no uso de conhecimentos, pode ser um dos fatores determinantes para o sucesso das cidades;
- Atenção ao papel do capital social e relacional no desenvolvimento urbano, pois as pessoas precisam ser capazes de utilizar a tecnologia e se beneficiar dela;
- Promoção da sustentabilidade social e ambiental, assegurando que a exploração dos recursos ocorra de forma segura e que permita a renovação da herança natural.
Como funcionam as cidades inteligentes?
As cidades chamadas inteligentes monitoram e integram todos os componentes críticos de sua infraestrutura, tais como: rodovias, pontes, túneis, redes ferroviárias, portos, plantas energéticas, edificações, sistemas de comunicação, redes de abastecimento de água e outros. Dessa forma, a cidade inteligente deve otimizar seus recursos e planejar ações de manutenção preventiva que asseguram os aspectos de segurança e maximizam os serviços à população.
As cidades inteligentes funcionam a partir da fusão de ideias sobre como a tecnologia da informação e da comunicação podem melhorar seu funcionamento a partir deste know how.
Competição por talentos
Um dos fatores que norteiam a necessidade da inovação dos serviços prestados em cidades inteligentes é a competição global por talentos, ou seja, é essencial atrair e reter trabalhadores talentosos e qualificados para assegurar a competitividade no mercado global. Dessa forma, as cidades inteligentes são um atrativo para empresas e jovens profissionais, visando o crescimento econômico e as oportunidades de trabalho e empreendedorismo.
No cenário de pandemia do coronavírus do Brasil, observa-se uma “fuga de cérebros”, ou seja, cientistas e profissionais qualificados que são desvalorizados no próprios país procuram melhores oportunidades de trabalho em outros países, fazendo com que a economia do país e a qualidade dos serviços prestados diminua.
Demanda por infraestrutura
As grandes cidades estão congestionadas com pessoas e acabam enfrentando limitações físicas para a expansão de sua infraestrutura no mesmo ritmo que a demanda. Essas restrições aplicam-se a serviços públicos como escolas, hospitais, delegacias e outros. Dessa forma, algumas ações foram pensadas para suportar o crescimento futuro, dentre elas o uso eficiente dos recursos energéticos, o fornecimento de serviços públicos digitais, a explosão no volume de dados e informações acessados pela população diariamente.
Dessa forma, a tendência é que as cidades se tornem cada vez mais inteligente para lidar com a demanda do crescimento populacional. E você, ficou interessado em saber mais sobre o impacto biopsicossocial na saúde?
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Referências:
LAZZARETTI, K. et al. Cidades inteligentes: insights e contribuições das pesquisas brasileiras. Rev. Bras. Gest. Urbana. 2019;11.
SILVA, A.K. Cidades inteligentes e sua relação com a mobilidade inteligente. N. USP. sem data.
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