Em uma sociedade que valoriza cada vez menos a educação, a pesquisa científica e o avanço dos direitos humanos, estudar se torna um ato de resistência e a única forma que milhares de pessoas têm para sair da miséria, por isso o autodidatismo tem se tornado uma tendência crescente. Você sabe como estudar sozinho? Dá uma olhada!
O que é autodidatismo?
O autodidatismo é a capacidade de aprender algo sem ter um professor ou mestre ensinando ou ministrando aulas. O próprio indivíduo, intitulado autodidata, com seu esforço particular, intui, busca e pesquisa o material necessário para sua aprendizagem. O autodidatismo tem sido alvo de estudos acadêmicos devido à expansão dos sistemas educacionais online recentemente, visando a compreensão das práticas pedagógicas, a relação entre o uso da tecnologia e a concepção de conhecimento e educação envolvidas no processo. O autodidatismo se tornou algo de reflexões nos últimos anos. Elon Musk é um empresário autodidata que afirma que tudo pode ser aprendido sozinho, e que no futuro não teremos mais universidades mas, sim, o acesso irrestrito às informações para que o próprio indivíduo possa buscar sua profissionalização e sua qualidade de vida.
Para ser autodidata, a pessoa deve ter vontade própria para aprender, resiliência, estar interessada acerca daquele tema e visualizar desdobramentos positivos que virão de seus esforços.
Formas de aprendizado
A aprendizagem é um processo complexo que envolve uma forma de interpretação pessoal do mundo, ou seja, a aprendizagem é uma atividade individual e ativa, com base em experiências. Existem diversas variáveis que podem beneficiar ou prejudicar os estudos. Sabe-se que o conhecimento prévio é importante, já que tudo o que é aprendido agora é “comparado” ou relacionado com o que já se sabe, fato que facilita a aquisição de informações. Na aquisição de conhecimentos, passamos pelos seguintes passos:
- Leitura: ocorre a aproximação com o conteúdo, que pode vir em forma de textos, cálculos de exercícios ou resolução de problemas.
- Organização: é fundamental encontrar a melhor forma de organizar as leituras e novos aprendizados, seja em resumos coloridos, fichamentos, mapas mentais ou tudo isso junto. Quanto mais sentidos são estimulados nesta fase, melhor para o aprendizado.
- Assimilação: esse é o momento em que a memória cria e retêm o conteúdo, sendo o momento chave da aprendizagem.
Além disso, temos vias pelas quais absorvemos informações, sendo que algumas pessoas têm mais facilidade para aprender de determinada forma, se comparado com outras.
Pirâmide da aprendizagem
A Pirâmide da aprendizagem foi desenvolvida em 1946 pelo pesquisador Edgar Dale, o qual concluiu que assimilamos:
- 10% do que lemos
- 20% do que ouvimos
- 30% do que vemos
- 50% do que vemos e ouvimos
- 70% do que falamos e
- 90% do que praticamos.
Dessa forma, diferentes métodos de estudo devem ser combinados para obter mais êxito na aprendizagem. Além da leitura, recomenda-se utilizar recursos auditivos, como podcasts e vídeos educativos, assistir aulas curtas, associar o que se ouve com o que se vê, falar sobre o que se aprende e, por fim, ensinar aquilo que já se sabe.
Motivos para estudar mais e sempre
Existem diversos motivos pelos quais vale a pena estudar, dentre eles, podemos elencar:
- Quanto mais estudo, melhores são os salários: segundo pesquisas brasileiras, trabalhadores com curso superior ganham mais se comparados a trabalhadores apenas com nível fundamental incompleto.
- Quanto mais estudo, melhores são os empregos: a inserção no mercado de trabalho se deve diretamente ao nível de escolaridade.
- Aumento da expectativa de vida: quanto mais estudo, mais fácil fica a resolução de problemas e desafios da vida.
- A atividade intelectual regular estimula e melhora a saúde.
- Quanto maior a atividade intelectual, maior o aprendizado, pois o cérebro funciona como um músculo e quanto mais exigimos dele, mais forte e apto para as respostas ele estará.
- Ser empregável é diferente de ser emprego: quem estuda e possui formação especializada torna-se uma pessoa empregável, ou seja, alguém com autonomia intelectual.
- Aprendizagem continuada: hoje em dia as universidades são frequentadas por pessoas entre 17 a 80 anos de idade. no entanto, concluir uma faculdade não é encerrar o seu período de formação, o mercado exige cada vez mais indivíduos que se diferenciem em suas áreas de atuação.
- Quanto mais estudo, mais oportunidades de trabalho: quanto mais o indivíduo se qualifica, mais amplo fica o leque de possibilidades de atuação em diferentes áreas, como dar aulas, ser um consultor ou dar palestras.
Como estudar mais e melhor sozinho?
O estudo autodidata precisa ser planejado e pensado, com estratégias que abarquem os diversos meios de aprendizagem. Veja algumas dicas de acordo com os nossos modos de aprendizado:
Recursos visuais: pode-se utilizar recursos visuais como tabelas, esquemas, desenhos, fluxogramas e gráficos, resumos, construção de imagens mentais sobre os conceitos estudados, apoio nas cores e nas imagens.
Recursos auditivos: formas de aprendizado que valorizem os recursos auditivos são gravar aulas e palestras, gravar a própria voz lendo os resumos, ouvir as gravações antes de dormir ou logo pela manhã, ler em voz alta, conversar com os colegas sobre os conteúdos estudados.
Recursos cinestésicos: assistir às aulas dinâmicas e com assuntos alternados, caminhar pelo local de estudos, fazer experimentos práticos, pesquisas e exercícios, utilizar técnicas de memorização que envolvam gestos e mudar de posição de vez em quando podem facilitar o aprendizado por meio da via cinestésica.
Por isso, não restrinja-se ao uso de apenas uma metodologia de estudos, experimente e vá adequando técnicas que sejam adequadas ao seu perfil como estudante, visando as metas que deseja alcançar.
É bom lembrar que, apesar de o autodidata estudar sozinho, ele não aprende sozinho, está sempre relacionando o que aprende com o mundo à sua volta e com os desafios da sua vida, sendo um grande passo o ensino do aprendizado adquirido, por meio do quê vai adquirindo maior qualidade de vida e bem estar.
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Referências:
MARIOTTO, G. Já entendi: como aprender mais e melhor estudando sozinho. Editora Planeta. 2015.
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