Uma série de serviços antes prestados presencialmente migraram para a modalidade remota devido às condições da pandemia e com a avaliação psicológica não foi diferente. Entenda como atuar!
O que é avaliação psicológica?
Segundo o Conselho Regional de Psicologia região 13, a avaliação psicológica é um amplo processo de investigação, no qual se conhece o avaliado e sua demanda, com o intuito de programar a tomada de decisão mais apropriada do psicólogo. Mais especialmente, a avaliação psicológica refere-se à coleta e interpretação de dados, obtidos por meio de um conjunto de procedimentos confiáveis, entendidos como aqueles reconhecidos pela ciência psicológica.
O que faz o psicólogo avaliador?
Cabe ao psicólogo planejar e realizar o processo avaliativo com base em aspectos técnicos e teóricos. A escolha do número de sessões para a sua realização, das questões a serem respondidas, bem como de quais instrumentos/técnicas de avaliação devem ser utilizados será baseada nos seguintes elementos:
- contexto no qual a avaliação psicológica se insere;
- propósitos da avaliação psicológica;
- construtos psicológicos a serem investigados;
- adequação das características dos instrumentos/técnicas aos indivíduos avaliados;
- condições técnicas, metodológicas e operacionais do instrumento de avaliação.
Os testes psicológicos
Segundo o Conselho Federal de Psicologia, “Os testes psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo”. Assim, eles são procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportamentos e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever ou mensurar características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas emoção/afeto, cognição/inteligência, motivação, personalidade,psicomotricidade, atenção, memória, percepção, dentre outras, nas suas mais diversas formas de expressão, segundo padrões definidos pela construção dos instrumentos.
O código de ética do psicólogo
De acordo com o Código de Ética Profissional do Psicólogo, o profissional deve trabalhar para promover serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional.
Assim, com a chegada da pandemia e as medidas de segurança implementadas, algumas avaliações psicológicas passaram a ser aplicadas online, e faz sentido pensar nas implicações práticas e éticas tanto para o psicólogo quanto para a pessoa avaliada nesse contexto. Além disso, ainda faz-se necessária a reflexão sobre os aspectos técnicos das tecnologias utilizadas para que o teste seja efetivo, promova autoconhecimento e produtividade.
A avaliação psicológica remota e recomendações
A Associação Americana de Psicologia organizou um documento com orientações a serem seguidas com relação à realização da avaliação psicológica de modo remoto durante a pandemia. Veja:
a) Simular os procedimentos práticos e remotos antes das situações reais com seus clientes;
b) Realizar o monitoramento audiovisual remoto durante toda a administração do teste, mesmo com instrumentos auto-administráveis;
c) Saber usar as tecnologias disponíveis. Cabe ao profissional garantir que as conexões sejam seguras nos dois lados, que sua internet seja confiável e que tenha conhecimento sobre as diferentes funções de qualquer plataforma que esteja usando;
d) Considerar as circunstâncias específicas do cliente, tais como idade (especialmente crianças e adultos mais velhos), condições de saúde mental, deficiências físicas, acesso ao espaço, condições dos testes e outros;
e) Atentar-se para o tempo de duração das sessões mediadas por computador e o seu impacto no desempenho do avaliando;
f) Ao administrar questionários de autorrelato remotamente, é preciso garantir que o próprio cliente seja realmente a pessoa que está realizando o teste e que eles estejam em uma sala livre de distrações, sem que haja outras pessoas por perto, assegurando o sigilo e o ambiente necessário para que a pessoa possa realizar as atividades do modo mais espontâneo possível;
g) Usar uma abordagem multimétodo, combinada com a experiência clínica. Trata-se de estratégia importante, pois permite que a pessoa seja avaliada por diferentes recursos, envolvendo formas, fontes de informação variadas, o que aumenta a confiabilidade das informações obtidas. Sobretudo nesta circunstância em que a validade dos escores obtidos
pode estar comprometida em função do contexto;
h) Manter os mesmos padrões éticos de atendimento usualmente empregados nos serviços tradicionais de avaliação psicológica;
i) Dificuldades potenciais podem surgir ao realizar uma avaliação psicológica remotamente e devem ser discutidas explicitamente.
A aplicação remota de testes
A primeira é a aplicação informatizada, na qual são requeridas as presenças do avaliador e do avaliando no mesmo espaço físico e temporal, enquanto na aplicação remota o avaliador e avaliando não estão no mesmo local. As atividades remotas podem ser síncronas, em que a interação ocorre simultaneamente, e assíncronas, em que pode haver um tempo de espera para se obter a resposta.
Atualmente, há duas maneiras de aplicar os testes psicológicos por meio das tecnologias. A aplicação informatizada, mediada pelo computador para a aplicação do instrumento, e a remota, onde tais condições podem ficar prejudicadas. Assim, é preciso orientar a pessoa sobre os cuidados referentes ao ambiente e de que não há garantia de serem atingidos.
O que é preciso se atentar?
Dentre os aspectos a serem cuidados durante a avaliação remota ressalta-se um espaço físico controlado em relação à luminosidade, ruídos, sigilo, interferências externas e temperatura, a motivação do avaliado, entre outros. Na aplicação informatizada, ainda que o computador seja usado para mediar a aplicação do instrumento, o avaliador consegue asseverar esses cuidados e garantir a uniformidade nos procedimentos de aplicação do teste.
Já na aplicação remota o controle dessas condições pode ficar prejudicada. Assim, ainda que se oriente o avaliando sobre os cuidados referente ao ambiente, não há garantia de que estes sejam preservados tal qual o indicado, podendo implicar em diversas variações na aplicação do instrumento e/ou resposta do avaliando que podem interferir no resultado.
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Referências:
Conselho Federal de Psicologia. Cartilha de boas práticas para avaliação psicológica em contextos de pandemia. 2020.
Conselho Regional de Psicologia Paraíba. Avaliação Psicológica. 2013.
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