Você sabia que a psicologia pode contribuir em situações de crises e calamidades, tais como emergências e desastres? Vem dar uma olhada!
A psicologia das emergências e dos desastres
A psicologia das emergências e dos desastres é definida como aquela área da psicologia geral que estuda as diferentes mudanças e os fenômenos pessoais presentes em uma catástrofe, seja esta natural ou provocada pelo homem, que resulta em grande número de mortos ou feridos que tendem a sofrer sequelas por toda a vida que afetam significativamente sua qualidade de vida e saúde mental.
A atuação no pré-desastre
Nessa fase é o momento de participar na construção de uma sociedade protegida e hábil para formar apoio e enfrentar os desastres naturais. A atuação do psicólogo deve ter um olhar sistemático, ou seja, deve avaliar a forma com que o sujeito relaciona com a família, com seus grupos sociais seja na escola ou vizinhança, como é a realidade da comunidade em que esse sujeito está inserido e como é a cidade deste sujeito, para que projetos sejam tomados onde possam abranger as dificuldades que circunda a experiência de um desastre. No pré-desastre as intervenções são direcionadas a prevenção e a minimização dos prejuízos futuros. As ações neste momento serão de capacitação à prevenção, fazendo com que a população se sinta e esteja preparada para qualquer evento que necessite de medidas extremas, sendo o psicólogo um importante facilitador.
A atuação durante o desastre
Durante o desastre, as pessoas apresentam inúmeras reações, como medo, ansiedade e desorientação. O psicólogo trabalhará com intervenções emergenciais, onde o indivíduo necessita de ações breves e direcionadas ao problema presente, para que da sua maneira possa encarar o acontecido e possibilitando a sua resiliência. Tendo cuidado para não interferir na recuperação natural dos envolvidos, sem forçá-lo a algo que não queira, mas sempre procurando a sua saúde física e mental.
Os primeiros auxílios psicológicos
Os primeiros auxílios psicológicos voltam-se para a compreensão das respostas psicológicas, físicas e emocionais das vítimas. Assim, tem como um de seus objetivos a reconstrução das habilidades a serem desenvolvidas para a recuperação, auxiliando na identificação das necessidades básicas após seu socorro, como entrar em contato com os familiares. Aqui, o psicólogo se coloca como rede de apoio à população para que se sintam assistidas e seguras, sendo que o profissional busca favorecer a tranquilidade e a disposição com informações e instruções claras e precisas, mostrando confiança e atenção, incentivando o cuidado consigo mesmo e com o outro.
As intervenções possíveis
Os psicólogos primeiramente procuram saber informações importantes sobre o evento, tal como o número de vítimas, seu estado de bem estar e qual sua necessidade no momento. Dentre as intervenções possíveis, podemos citar:
1) Contato: realizar um envolvimento de forma não abrupta com os indivíduos relacionados ao evento emergencial. A forma de comunicação utilizada com alguém em crise deve ser cuidadosa, devido à confusão mental que essas pessoas podem estar vivenciando. Por causa disso, demonstrar calma e compreensão pode auxiliá-las a se sentirem mais protegidas e, consequentemente, mais calmas.
2) Segurança: assegurar a redução de riscos e possíveis ameaças que o indivíduo possa estar vivenciando naquele momento. Com a diminuição dos riscos, procura-se estabilizar as pessoas, que podem estar desorientadas, tentando propiciar um ambiente desprovido de sons, cheiros e exposições ao evento crítico. Pode ser verificado também se o indivíduo está satisfazendo suas necessidades fisiológicas, tais como alimentação e descanso, a fim de trazer-lhe mais conforto.
3) Estabilidade: proporcionar fornecimento e clarificação de informações relacionadas ao desastre. Oferecer dados precisos sobre a tragédia pode implicar em alívio aos sobreviventes, que tentam compreender a situação. Procura-se ouvir os que desejam compartilhar suas emoções, sem forçá-los a realizar verbalizações.
4) Coleta de informações: avaliar com sobreviventes e envolvidos as suas reais necessidades e preocupações, para que se possa verificar se a assistência está sendo eficaz.
5) Conexão do indivíduo com a rede social: aproximar o indivíduo do seu suporte primário, identificando familiares e amigos que possuam mais recursos para auxiliar os demais envolvidos.
6) Informar: oferecer informações verbais ou escritas, tais como habilidades de enfrentamento e resiliência, com a finalidade de instrumentalizar os indivíduos frente à situação de crise.
Além disso, devem ser fornecidas informações acerca de serviços de colaboração, como os de saúde mental, que estão disponíveis para dar continuidade ao auxílio psicológico, caso seja necessário.
Consequências de um desastre
Os estudos relatam que muitos problemas graves podem derivar de um trauma com um desastre, tais como depressão, ansiedade de separação, sintomas psicóticos como delírio e alucinações, discursos desorganizados, distúrbios do sono, isolamento, perda de memória, comportamentos impulsivos e autodestrutivos, ideação suicida, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade generalizada, luto inibido, distorcido ou crônico.
A atuação pós-desastre
As intervenções realizadas no pós-desastre têm por propósito analisar o sofrimento psíquico e auxiliar as vítimas, minimizando os impactos provocados pelo desastre, bem como a contribuir para atuações mais eficientes. O psicólogo deve avaliar as consequências provocadas pelo desastre, para aperfeiçoar as respostas em ocorrências semelhantes ao que já foi vivenciado. Além do acolhimento após o evento, o psicólogo será a fonte de comunicação entre as vítimas e a sua família, entre os órgãos públicos responsáveis pela distribuição dos mantimentos.
As intervenções no pós-desastre
Na fase do pós-desastre, o psicólogo utilizará vários métodos e técnicas para ajudar a população em situação de crise, como entrevistas, questionários, inventários e outros. Além dessas duas intervenções, também pode ser utilizado o coping coletivo: o defusing que é a intervenção utilizada depois do ocorrido em até 24 horas, de forma breve, tem como intuito minimizar a gravidade de respostas sobre a situação e analisa as necessidades para a continuação de tratamento; e a debriefing que é uma entrevista mais profunda com o objetivo de provocar o ajustamento de experiências traumáticas pertencente ao evento, suscitando a melhora do sujeito, seu equilíbrio e seu desenvolvimento pessoal. Pode ser aplicada em dias após o ocorrido em médio e longo prazo, individual ou em grupo onde irá relatar tudo o que está vivendo.
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Referências:
MELO, C.A. & SANTOS, F.A. As contribuições da psicologia nas emergências e desastres. Psicol. inf. 2011;15(15).
PAULINO, A.F. & SANT'ANA, F.G.F. A atuação do psicólogo frente às emergências e desastres. Ciências Humanas e Sociais. 2018;5(1).
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